Alunos da Fundação Educere conquistam prêmios à Campo Mourão

Além do sucesso do Empreendeweek 2023, realizado na última semana, Campo Mourão tem muito mais a comemorar. Os alunos da Fundação Educere, Luiz Gustavo Takeda, Amanda Ferrari, Ísis Lopes, Pamella Lissa e Vitor Hugo Ribeiro, venceram o Hackathon da Unimed, levando o prêmio de R$5 mil. Trata-se de uma maratona de programação, cujos competidores devem propor uma solução a um problema. Ao mesmo tempo, também tem que apresentar um protótipo mínimo, mostrando a funcionalidade da ideia.

No caso, a Unimed de Campo Mourão – patrocinadora do Hackathon do evento Empreendeweek deste ano – apresentou vários problemas para os competidores, os desafiando a apresentarem uma solução. A ideia da equipe vencedora foi automatizar a apuração dos dados dos programas PQA e PVC da Unimed, que servem como um score para médicos, a fim de bonificar os mesmos com as melhores pontuações.

Seguindo a mesma linha de competição, nos últimos dias 7 e 8 de outubro, 91 competidores passaram o final de semana na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Campus de Campo Mourão, desenvolvendo soluções para os desafios do NASA SPACE APPS, evento que acontece simultaneamente em várias cidades do mundo. Campo Mourão foi uma das cidades brasileiras que sediou o evento da NASA pelo terceiro ano consecutivo.

Foram 22 equipes formadas por estudantes do ensino médio e acadêmicos de diversos cursos. Uma das equipes do Projeto Educere de Iniciação Tecnológica – Turma 2022/2024, composta por Sara Santana, 17, Leonardo Gonçalves, 16, Arthur Khel, 15, Eduardo Lúcio da Silva, 16 e Letícia Bertão, 16, venceram o Hackathon da NASA, ficando com o 1º lugar e levando o prêmio de R$3 mil.
O desafio “O que há com essa água?” levou a equipe a desenvolver uma plataforma Open Science (ciência aberta) com informações obtidas pelos satélites da NASA, incentivando pesquisadores a cadastrarem suas pesquisas sobre animais em risco de extinção de um determinado corpo d´água (rios, lagos ou mares).

A ideia central é facilitar o acesso a um banco de dados abertos, a troca de informações e estimular possíveis parcerias entre pesquisadores e instituições. A solução contemplou, ainda, o acesso de usuários comuns para acesso a informações sobre a fauna local ameaçada de extinção, e espécies que representam algum risco à saúde humana, alertando-os sobre os cuidados que devem tomar. “A Fundação Educere se sente orgulhosa com os resultados. Parabenizamos todos os 23 alunos que participaram dessa maratona”, disse a entidade, em nota.

Equipe de alunos da Fundação Educere conquista o primeiro lugar na Nasa Space Apps

Fundação Educere: o berço
do empreendedorismo de CM

Com o tempo, a Educere não só passou a especializar jovens, como também, percebendo o potencial dos alunos, possibilitou que as ideias inovadoras saíssem do papel. E isso aconteceu. Nos últimos 23 anos, empresas incubadas pela Fundação Educere ganharam destaque no mercado nacional. Exemplo disso é a Saubern Médica, líder no mercado nacional em equipamentos para hemodiálise. E a Lizze Equipamentos, atualmente, referência no país no segmento profissional de salões de beleza.

Enquanto as 14 empresas tomaram forma, traduzindo ideias em realidade, 13 empreendimentos incubados seguem o mesmo caminho. Elas são as próximas a se consolidarem como unidades viáveis da economia brasileira. Mas para que isso aconteça, os passos são metricamente calculados e, estudados.

Lidia Mizote, diretora da Educere, resume a coisa toda como um ecossistema. Um ciclo. Primeiro, a ideia de um produto é apresentada. Uma banca formada por empresários de empresas graduadas e parceiras, dão o veredito. Ali, são analisadas a viabilidade técnica e de mercado do projeto. Uma vez aceitas, as “sementes” são pré incubadas. E passam a ocupar uma sala da organização, desfrutando da estrutura e serviços à disposição do empreendedor.

Mais adiante, validados a ideia, o mercado e o MVP (produto mínimo viável), o empreendimento passa a ser efetivamente incubado. Neste momento passa a ter um CNPJ e endereço. Começam então os preparativos para alçarem voos. E, quando menos se espera, já estão comercializando seus produtos, oferecendo empregos e contribuindo com os implacáveis impostos brasileiros. E eles não são poucos. Dados da Educere, referentes a oito de suas empresas ex incubadas, revelam que, juntas, arrecadaram em 2020, mais de R$ 20 milhões aos cofres municipais, estaduais e federais. Além disso, empregaram 300 pessoas diretamente. Chegando a um faturamento de R$ 125 milhões.

O ecossistema colaborativo a que se refere Lidia Mizote, se traduz numa espécie de gratidão pelo empreendedorismo consolidado. Ou seja, os mesmos empreendedores, que um dia foram empreendedores incubados da Educere, passam a colaborar com a fundação. Seja ajudando financeiramente, compartilhando experiências com os jovens empreendedores, ou ensinado aos novos alunos. Parcerias para que os elos da corrente não se quebrem. E, pelo que se vê, isso não irá acontecer. Em breve, a Educere estará de casa nova. Com investimentos da ordem de R$11 milhões, um novo prédio deverá abrigar toda a estrutura até o final deste ano. A edificação está sendo construída entre o centro e o bairro Cidade Nova, numa área útil de aproximadamente 6 mil metros quadrados.

Bruno Rodrigues tem apenas 17 anos. Ainda menino, já terminou o segundo grau. Mas, ao invés de fazer vestibular, preferiu adentrar a Educere. “Um amigo me contou que aqui eu teria inúmeras possibilidades. E, agora estou vendo que terei mesmo”, disse. Hoje, ele já está ajudando em projetos da empresa incubada OutBox. Empresa que desenvolve projetos para outras empresas. O idealizador é Flávio Cristófoli. Aos 38 anos, esta é a segunda empresa incubada na Fundação. “Também fui aluno. E um dos primeiros alunos daqui. Entrei aos 17 anos”, explicou.

Na verdade, dentro de um prédio antigo, situado na saída para Peabiru, a população não tem ideia do que pode vir a surgir nos próximos meses. São produtos inovadores, de profunda pesquisa e que devem se traduzir em geração de renda ao município. E, em tempos de crise, um dos aspectos mais aguardados à retomada da economia.

Educere conta com 13
empreendimentos incubados

Agrocells: Empreendimento que desenvolveu um equipamento para produção de biológicos para a agricultura, prometendo economia em insumos, melhoria da qualidade do solo e mais saúde para as plantas. O equipamento foi testado nessa última safra, com aplicações em uma área de 4 mil hectares de soja e milho. Os resultados serão avaliados após a colheita.

Inhibidor: Empreendimento que está desenvolvendo um equipamento inibidor da dor a ser empregado em procedimentos estéticos, evitando que o paciente sinta dores sem o uso de anestésicos.

Silogênese: Empreendimento que está desenvolvendo um descensor de segurança inteligente para uso no interior de silos e graneleiros, protegendo os operados dos acidentes que ocorrem nesses ambientes. Groen: Empreendimento que está desenvolvendo um equipamento automatizado para produção de microverdes em ambiente controlado, oferecendo ao mercado benefícios como produtos isentos de agrotóxicos e de altíssima qualidade nutricional, frescor, produção rápida e segura.

Biozone: Empreendimento que customiza a aplicação da tecnologia ozônio para higiene e limpeza, purificação do ar, aumento da durabilidade de frutas e legumes.

IoH Care: Plataforma de monitoramento de sinais vitais de pacientes desospitalizados (home care), promete reduzir custos de internamento e proporcionar ao paciente, maior conforto no processo de recuperação.

Outbox: Empreendimento que desenvolve projetos de equipamentos sob demanda das empresas de base tecnológica e serviços de impressão 3D.

Agrisolus: Empresa que atua no setor de aviários com o monitoramento do crescimento de aves e outros parâmetros envolvidos.

Atla Ensino: Empresa que desenvolveu uma plataforma de gestão escolar que permite o acesso de dados e informações em tempo real, conectando todos os atores da rede de ensino. A plataforma foi testada, validade pelos professores das escolas da rede municipal de educação de Campo Mourão.

Carbon Explore: Empresa que desenvolve soluções em grafeno para diversas aplicações. A Carbon Explore foi um dos projetos de Campo Mourão selecionados pelo Edital Sinapse de Inovação.

Raiovis: Empresa que está desenvolvendo um raio X portátil para uso odontológico. O produto já está na fase de certificação e deve entrar no mercado neste ano.

Da Capo: Empresa que está desenvolvendo dois produtos inovadores e disruptivos na área de saúde. O primeiro, é um acesso para pacientes de hemodiálise eliminando fístulas arterio venosas; o segundo, um esfíncter artificial para pacientes colostomisados, cujo objetivo é proporcionar ao paciente, controle sobre o esvaziamento do intestino.

Equipaxx: Empresa que está desenvolvendo autoclaves hospitalares, equipamentos de grande porte para uso hospitalar.