Aos poucos, dengue segue aumentando na região; cuidados devem ser redobrados

De caso em caso e semana a semana, as confirmações de dengue vêm aos poucos aumentando na região de Campo Mourão. Agora são 10 os moradores infectados pelo vírus em oito dos 25 municípios da Comcam.

As informações estão no boletim semanal da dengue publicado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Luiziana foi a nova a cidade a aparecer na lista de positivos. Os casos por cidades são: Barbosa Ferraz (2); Campo Mourão (1); Engenheiro Beltrão (1); Fênix (1); Goioerê (1); Luiziana (1); Roncador (1); e Ubiratã (2). As notificações somam 566, além de outros 76 casos prováveis, que ainda estão em investigação.

A recomendação da Saúde é a mesma que todos já sabem e são amplamente divulgadas semanalmente pela mídia: evitar água acumulada, mantendo a limpeza dos quintais e terrenos baldios, no caso de donos dessas propriedades.

Porém, os cuidados, relativamente simples, não vêm sendo tomados por boa parte da população. Pelo menos em Campo Mourão. É o que demonstra o primeiro Levantamento Rápido de Índice para Aedes Aegypti (LIRA) realizado este ano pela Secretaria Municipal de Saúde, que apontou um índice geral de 2,01%. O número representa um aumento em relação ao LIRA realizado no mês de dezembro, que apontou um índice geral de 1,66%. O índice recomendado pelo Ministério da Saúde é abaixo de 1%.

Das 43 localidades analisadas, em nove o índice ultrapassou 5%, o que é considerado alto risco. Os índices mais altos foram constatados nos jardins Pio XII (12,50%), Capricórnio (8,33%) e Modelo (8,11%). Em 23 localidades, o Lira constatou índice zero de infestação. De agosto de 2020 a agosto de 2021 foram registrados 38 casos de dengue no município, o que representa uma queda de 94 por cento em relação ao ano passado.

Dos 1.895 imóveis verificados, em 41 foram encontrados focos do mosquito Aedes aegypti, a maioria em residências (73,17%). Os principais criadouros estão no lixo, como plásticos, vidro, metal, papelão e sucatas (46,30%). O índice de infestação é obtido a partir dos resultados das amostras analisadas em laboratório e serve de base para o trabalho de combate ao mosquito.

A coordenadora de campo do Setor de Endemias, Marinalva Ferreira da Luz, alerta sobre os cuidados para não deixar água parada em recipientes. “O trabalho diário dos agentes tem apresentado resultados, mas se a população não colaborar os índices podem aumentar. Temos um caso de dengue comprovado na cidade e 15 aguardando resultados”, lembrou ela.

Paraná

Atualmente o Paraná tem 673 casos confirmados de dengue e aproximadamente 15 mil casos suspeitos. Até o momento, 306 municípios registraram notificações de dengue. Destes 112 confirmaram a doença, sendo 80 com casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência. Há ainda 2.329 casos em investigação. Não houve registro de óbitos neste período, que iniciou no dia 1º de agosto de 2021 e segue até julho deste ano.

Segundo informações do boletim, os sorotipos Denv1 e Denv2 já circulam no Paraná, mantendo a mesma tendência observada no período epidemiológico anterior. A Vigilância Ambiental da Sesa ressalta que é imprescindível, nesse período de intensificação das chuvas e aumento das temperaturas, a população colaborar na eliminação de potenciais criadouros.