Após quase um mês de seca, meteorologia prevê chuva para o fim de semana em Campo Mourão

Com o tempo seco desde o dia 21 de agosto, o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), prevê o retorno das chuvas para o próximo sábado (19) em Campo Mourão. Para este dia estão previstos 7 milímetros e 2,6 mm para domingo (20). 

A última chuva registrada na cidade e região ocorreu no dia 20 de agosto. Naquele mês, foram contabilizados 175 mm de precipitações no município, entre os dias 14 a 20. No mesmo período choveu significativamente também em toda a Comcam, com volumes variando entre 115 a 240 milímetros. 

O tempo segue quente e abafado em toda a região com as temperaturas variando entre 15ºC a 18ºC (mínima) e 25º a 31º (máxima). Em Campo Mourão a umidade relativa do ar está variando entre 23% a 31%. O limite ideal é entre 50% e 70%. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), abaixo de 30%, é comum as pessoas sentirem desconfortos físicos.

A falta de chuva vem causando transtornos na região. A população de Goioerê, por exemplo, tem sofrido. A estiagem prolongada reduziu drasticamente a vazão dos seis poços que a Sanepar mantém para abastecer a cidade. Por isso, a solução, pelo menos temporária, tem sido fazer rodízio no fornecimento. A cidade foi dividida em três regiões e uma vez por semana uma delas tem o fornecimento de água suspenso. Segundo a Sanepar, na primeira semana, mesmo com rodízio, houve aumento no consumo.

“Goioerê foi onde tivemos o problema mais crítico com a estiagem. Os poços diminuíram muito a vazão e foram necessárias ações emergenciais para atender a população, mesmo assim com períodos de falta de água”, explicou a chefe regional da Sanepar, Araceli Pendiuk. Ela ressalta que no fim do ano passado foi adiantada uma interligação de um poço. No mês passado, foi interligado mais um poço existente em Jaracatiá. Porém, foi necessário quadruplicar a profundidade. 

A cada semana é realizada uma avaliação e são determinadas mudanças na escala de bairros. Dos 24 municípios da microrregião atendidos pela Sanepar, apenas Campo Mourão, Ubiratã e Campina da Lagoa são abastecidos por água de rios. As demais cidades dependem de poços artesianos, perfurados pela Sanepar para alcançar a água do subsolo.

Em Campo Mourão, o consumo de água aumentou cerca de 10% nas últimas semanas, com a elevação das temperaturas. A vazão do Rio do Campo, com auxílio de quatro poços, garante o abastecimento da cidade sem riscos, por enquanto. Porém, a Sanepar alerta para os cuidados com o desperdício. Dos cinco poços artesianos, um foi desativado por conta da estiagem prolongada  e os quatro em operação a cada dia registram queda de vazão. 

Agricultura

A falta de chuva vem causando reflexos na agricultura também. O plantio da soja já está liberado desde o último dia 10 com o fim do vazio sanitário, porém os produtores rurais aguardam a chegada das chuvas para dar largada à semeadura. A área dedicada a cultura na Comcam é de 690 mil hectares. Embora alguns produtores arrisquem plantar na terra seca esperando que a chuva venha depois, a maioria prefere aguardar as precipitações para evitar possíveis prejuízos. Por outro lado, produtores de trigo estão aproveitando o momento para acelerar a colheita.