Atividade física contribui para o desenvolvimento de crianças e adolescentes com deficiência

Crianças e adolescentes com paralisia cerebral, autismo e síndrome de Down que realizam atividades físicas têm uma melhor qualidade de vida, prevenção de doenças e melhoria na área cardiorrespiratória. É o que diz o professor de Educação Física/Fisiologista do Exercício Pedagogo, Fabio Piassa.

Piassa, que é também Especialista em Educação Especial e Transtorno do Espectro Autista, concedeu uma entrevista exclusiva a TRIBUNA, em que fala sobre o assunto e a evolução das crianças que praticam exercícios físicos com regularidade.

“A atividade física aliada a algumas terapias convencionais, podem ser uma forma de manutenção do estado geral de saúde e da funcionalidade nas atividades do cotidiano. Além de atuar na prevenção e controle de doenças comuns como hipertensão arterial, colesterol diabetes e artrose, a realização de exercícios físicos, auxilia na manutenção do condicionamento cardiorrespiratório, força muscular, flexibilidade, equilíbrio e consequentemente ajuda a manter ganhos funcionais, como caminhar, sentar, agarrar e segurar objetos. As atividades podem ainda de acordo com a prática, terem objetivos terapêuticos, recreativos e competitivos”, explicou o professor.

Segundo ele, desordens motoras como alterações do tônus muscular, do equilíbrio, da coordenação, do planejamento motor, entre outras disfunções, são geralmente acompanhadas por alterações na sensação, percepção, cognição e comunicação. Estes quadros podem apresentar melhoras significativas com a prática de exercícios, garantiu.

Piassa orienta também sobre as atividades realizadas para desenvolvimento da criança e quando usar a técnica. “As atividades devem variar de acordo com a idade e com o nível de lesão de cada indivíduo. Devem estar incluídos na rotina de exercícios atividades como andar, pedalar, nadar, exercícios de fortalecimento muscular, flexibilidade e equilíbrio. O aumento do tempo de duração da atividade aeróbia e da carga nos exercícios de fortalecimento deve ser gradativo”, explicou.

Ele ressaltou que as crianças devem ser incentivadas a praticar exercícios, já que o método, ressalta, estimula ela a desenvolver não só a capacidade de reconhecer seu corpo, limitações e o seu potencial físico, mas também a sua habilidade de raciocinar e de tomar decisões, criando um caminho de condução do estímulo entre o cérebro e os músculos ainda mais eficiente. “Esta capacidade se desenvolve ao longo dos anos e facilita o processo de aprendizagem em diferentes níveis cognitivos e motores”, acrescentou.