Audiência pública nesta quarta discute situação da Santa Casa e analisa pedido de intervenção
A pedido do vereador Marcio Berbet (MDB), a Câmara de Campo Mourão realiza uma audiência pública nesta quarta-feira (27) para discutir a atual situação da Santa Casa do município. A pauta do encontro inclui também a análise de um pedido de intervenção proposto pelo Conselho Municipal de Saúde. O encontro será a partir das 9 horas. Prefeitos dos 25 municípios da Comcam foram convidados via ofício a participarem.
A Santa Casa de Campo Mourão há anos enfrenta uma situação financeira delicada, com dívidas que se aproxima de R$ 60 milhões. Desde que assumiu o hospital, a nova diretoria diz que a prioridade é buscar o equilíbrio das contas para continuar com os atendimentos à população regional. O hospital atende casos de média e alta complexidade.
De acordo com Berbet a audiência tem como objetivo promover política pública sobre a atual situação da Santa Casa. “Será discutido também o pedido de intervenção requerido pelo Conselho municipal de Saúde”, falou ele. “O debate busca esclarecer uma real situação do Hospital e também assegurar medidas do não fechamento da entidade, resguardando os direitos dos servidores da Saúde”, emendou.
Além de prefeitos da região, são esperados para a audiência, membros da Promotoria de Justiça da Saúde, secretários municipais, membros do Conselho Municipal de Saúde, Sociedade Civil Organizada e comunidade em geral.
Crise
No dia 14 de agosto, foi anunciado pelo hospital o risco de fechamento da UTI Neonatal devido a falta de pagamento, nos últimos meses, ao corpo clínico. Profissionais, inclusive assinaram carta de desligamento. Houve relatos de profissionais que estavam há meses sem receber.
Na ocasião, a médica intensivista neonatologista, Débora Poliana Silva, responsável técnica da UTI Neonatal, disse que residentes médicos estavam ‘carregando’ o quadro médico da Santa Casa devido a falta de médicos no hospital, decorrente da falta de pagamento. Ela informou crise na obstetrícia também.
Desde que assumiu a nova diretoria, há cerca de dois meses, a nova presidente do hospital, Mariceli Bronoski, informou que ‘pegou’ o hospital ‘sem o básico’ para o atendimento à população. Desde então, o hospital apresentou uma campanha de mobilização em busca de recursos emergenciais. A medida incluiria uma cobrança às prefeituras da região no valor de R$ 2,50 por habitante, conforme o tesoureiro do hospital, Carlos Rogério Alves. A ideia foi repassada a prefeitos da região. Porém, até então, não houve retorno.