Baixa atualização de rebanhos na Comcam preocupa Adapar

Iniciada no mês de maio, apenas cerca de 45,6% dos criadores fizeram a atualização de rebanhos até esta quinta-feira (22), junto a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) na região de Campo Mourão. Mais de 580 mil animais devem ser cadastrados em toda a Comcam. Em Campo Mourão, a atualização atingiu 43%. Uma das médias mais baixas da região. Já a melhor cobertura até o momento é em Araruna e Corumbataí do Sul, respectivamente com 71,3% e 70% de comprovação. 

A campanha de atualização será encerrada no dia 30 de novembro. O médico veterinário, Régis Canteri, fiscal da Adapar em Campo Mourão, lembra que a atualização é obrigatória e quem não fizer não poderá obter a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que permite a movimentação de animais entre propriedades e para abate nos frigoríficos.

 “A atualização está muito devagar em toda a região, provavelmente isso deverá mudar no mês de novembro, quando o prazo entra na reta final”, prevê Canteri, ao comentar que a Adapar vem intensificando a divulgação da campanha para que os criadores não deixem de fazer a atualização. Entre os animais que precisam ser cadastrados estão bois, búfalos, cabras, ovelhas, suínos, cavalos, jumentos, mulas, galinhas e peixes.

A atualização do rebanho substitui as campanhas de vacinação contra febre aftosa que vinham sendo feitas duas vezes por ano. A última campanha de vacinação na região ocorreu em maio de 2019. Canteri comentou que devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a campanha está sendo realizada em uma etapa única. Ele reforça que o produtor pode fazer a atualização no sistema online da Adapar (www.produtor.adapar.pr.gov.br/comprovacaorebanho), que inclui todas as espécies de animais de produção, visando garantir a rastreabilidade e a sanidade de todo o rebanho.

“A pena para quem deixar de atualizar o rebanho é a mesma de quando era realizada a vacinação, por isso o criador deve ficar atendo ao prazo e não deixar de fazer sua parte”, frisou Canteri. A atualização deve ser feita por todos os produtores, independentemente de ter ou não bovino na propriedade. 

O objetivo da campanha é ter informações precisas de todo o rebanho animal, garantindo a rastreabilidade e sanidade do mesmo. “Através desta atualização vamos saber toda a movimentação destes animais nas propriedades rurais permitindo a identificação da origem de focos de doenças caso venham surgir”, comentou e veterinário.

Apesar de a campanha encerrar no dia 30 de novembro, já após o dia 31 deste mês, a Guia de Trânsito Animal (GTA) somente será emitida acompanhada da atualização de todas as espécies animais existentes na propriedade. “Depois deste período, fica bloqueada a emissão de GTA para quem não fez a atualização”, alertou Canteri. 

A primeira campanha de atualização, em novembro do ano passado, atingiu 83,5% das explorações agropecuárias na região de Campo Mourão. Das 10.182 propriedades cadastradas que possuem animais, 8.467 comprovaram o rebanho.  A Adapar avaliou a cobertura como positiva. No Estado, 86,5% das propriedades fizeram a comprovação. Quem não comprovou foi notificado.     

Segundo a Adapar, 230 mil propriedades no Paraná devem atualizar seus rebanhos. Ao todo, são 9 milhões de bovinos, 6 milhões de suínos, 20 mil aviários, 200 mil cavalos. Até esta semana pouco mais de 40% dos cadastros foram atualizados.

A partir de 1º de dezembro, o produtor que não atualizar o rebanho estará sujeito a outras penalidades previstas na legislação, como a autuação e o pagamento de multa, que pode variar de acordo com a quantidade de animais não declarados. A multa vai incidir sobre cada animal não declarado a partir de R$ 104,90. O Paraná é reconhecido nacionalmente como área livre de febre aftosa sem vacinação, desde 1º de setembro deste ano.