Benefícios acomodam trabalhadores e sobram vagas no mercado de trabalho

O auxílio emergencial oferecido pelo governo federal para socorrer quem ficou sem renda por conta da Pandemia de Coronavírus, aliado a outros benefícios como seguro-desemprego, cestas básicas, entre outras assistências, acomodaram parte dos trabalhadores. O resultado é que alguns setores têm vagas, mas não encontram mão-de-obra para preenchê-las.

“Os processos admissionais nesse período de pandemia saíram totalmente da rotina. Pelo que temos observado, trabalhadores bons devem estar aguardando encerrar os benefícios que estão usufruindo nesse momento e para nós dificultou o processo de seleção. As pessoas que nos procuram não tem a qualificação necessária para as vagas que temos”, sintetiza o gerente de Recursos Humanos da rede Paraná Supermercados, Eusni de Queiroz.

Segundo ele, a situação atípica é verificada em outros setores também. “Participo de grupos de RH de todo o Estado e em outras cidades a situação é a mesma. A busca pelo emprego não está como antes, quando a gente  tinha fila de espera. A mesma pessoa vinha duas, até três vezes atrás da vaga. Agora não”, acrescenta o gerente.

A empresa em que ele trabalha está abrindo um atacado e algumas áreas estão carentes de mão-de-obra, como operador de caixa, depósito, fiscal de loja e repositor. “Para quem está disposto a trabalhar, esse é o momento de aproveitar a oportunidade porque tem vagas sobrando”, reforça. 

Um empresário que pediu para não ter o nome divulgado prevê um ano de 2021 “muito difícil”. “Com essa seca atrasando o plantio não será um ano bom para a agricultura. Os produtos que tiveram aumento de preços por conta das commodities que subiram não vão baixar e esses auxílios vão acabar. Aí vai bater o desespero no povo que não se preparou para isso”, analisou o empresário.