Campo Mourão enfrenta epidemia de dengue e decreta calamidade. Região acumula 2.192 casos

Assim como outros municípios da Comcam, a secretaria de Saúde de Campo Mourão anunciou nesta terça-feira (20), que o município está em estado de epidemia de dengue. São 443 casos confirmados. A situação levou o prefeito da cidade, Tauillo Tezelli a decretar estado de calamidade pública, com adoção de medidas mais enérgicas e inadiáveis.

Na região, estão também em estado de emergência por conta de epidemia: Barbosa Ferraz, Quinta do Sol, Luiziana, Juranda e Peabiru. Em toda a Comcam, conforme boletim informativo da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), divulgado nessa terça, são 2.192 confirmações, 7.114 nofiticações e 5.339 casos prováveis.

Os casos por município são: Araruna (251), Barbosa Ferraz (8), Boa Esperança (2), Campina da Lagoa (3), Campo Mourão (312, mas o município divulga 443), Engenheiro Beltrão (19), Farol (14), Fênix (4), Goioerê (65), Iretama (45), Janiópolis (25), Juranda (154), Luiziana (180), Mamborê (15), Moreira Sales (17), Nova Cantu (2), Peabiru (816), Quarto Centenário (57), Quinta do Sol (127), Rancho Alegre D’Oeste (3), Roncador (46), Terra Boa (6), e Ubiratã (21).

Em Campo Mourão, conforme divulgou o município, além do trabalho de campo dos agentes de endemias e pulverização com bomba costal, a Secretaria Municipal de Saúde vai aumentar o número de médicos na UPA e Pronto Atendimento no Lar Paraná, bem como profissionais da enfermagem para agilizar o processo de medicação e hidratação dos pacientes.

Somente nessa segunda-feira (19), cerca de 700 pacientes foram atendidos com sintomas de dengue no município. “É preciso que fique claro que se a população não colaborar eliminando os focos do mosquito, todo nosso esforço não dará resultados efetivos. A única medida eficaz é evitar a proliferação do mosquito, que além da dengue transmite outras doenças”, enfatiza a secretária municipal de Saúde, Camila Corchak.

O número cada vez mais expressivo de casos tem resultado em maior tempo de espera por atendimento nas unidades. “Sabemos que a pessoa está ali com dores, temos feito o possível para diminuir o tempo de espera, mas enfrentamos limitações de profissionais para prestar assistência”, acrescenta a secretária.

Fumaçê

Sobre a pulverização com fumacê, ela esclarece que depende de liberação da Secretaria Estadual da Saúde. Porém a medida é considerada de baixa eficácia, porque só mata o mosquito adulto que estiver voando e a maioria das pessoas não segue as orientações de deixar a casa aberta na hora da pulverização.

Além disso, a pulverização contamina bebedouros de animais, mata abelhas e outros insetos responsáveis pelo equilíbrio ambiental. “O modo mais eficaz de combate a dengue é a eliminação de criadouros do mosquito. Por isso que os agentes de endemias visitam as residências orientando as pessoas e realizamos caminhadas ecológicas constantemente”, completa.

8,4 mil novos casos

O informe da dengue registrou 8.414 novos casos, 18.960 notificações e confirmou mais um óbito pela doença neste período epidemiológico, que começou a ser monitorado em 30 de julho. O Paraná soma agora 45.930 casos confirmados, 130.107 notificações e 16 mortes. O novo óbito é de uma mulher de 64 anos, com comorbidades, residente no município de Londrina, no Norte do Estado, sede da 17ª Regional de Saúde de Londrina.

A Sesa registrou também 31.421 casos em investigação e 47.323 descartados. Dos 399 municípios, 292 apresentaram casos autóctones, quando a doença é contraída localmente, e 389 registraram notificações.

O mosquito Aedes aegypti também é responsável pela transmissão, além da dengue, de zika e chikungunya. Durante este período não houve confirmação de casos de zika. Em relação à chikungunya, o documento confirma 567 notificações, 63 casos confirmados e nenhum óbito desde o início do período sazonal.