Campo Mourão promove “Hora H” contra dengue neste sábado

A secretaria da Saúde de Campo Mourão promove neste sábado (29) a campanha “Hora H” contra dengue (Caminhada Ecológica). Será feita uma varredura pela cidade no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. A ação terá início a partir das 8 horas, em 8 localidades em situação mais crítica. Agentes de endemias, servidores da saúde, e voluntários farão o recolhimento de materiais que possam servir de criadouros para o mosquito de quintais de residências, vias públicas, terrenos baldios, e construções civis.

“Foi provado no último levantamento que estamos com índice muito alto de infestação e a maioria dos locais dos focos são em materiais recicláveis”, falou a Coordenadora Geral de Campo dos Agentes de Endemias, Marinalva Ferreira da Luz. O arrastão será realizado nas seguintes localidades: Vila Cândida; jardim Modelo; jardim Novo Horizonte; Cohapar; região do Aeroporto; Conjunto Mario Figueiredo; jardim Cidade Nova e jardim Santa Cruz.

De acordo com o último Levantamento Rápido de Infestação do mosquito Aedes aegypti (LIRAa),  o índice de infestação do Aedes em Campo Mourão está em 6,66%. O tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é até 1%. Os números deixam Campo Mourão com alto risco para epidemia de dengue.

Conforme o LIRAa, das 43 localidades analisadas, em 29 o índice ultrapassou 4% (alto risco). A região do Jardim Tropical II é a que enfrenta o maior índice de infestação: 19,61%. As outras regiões em situação mais crítica são: jardim Paulista (15,79%); Modelo (15,63%); Fortunato Perdoncini (14,63%); Aurora (12,77%); Centro (10,64%); Laura (10,26%); Pio XII (9,80%); Mario Figueiredo (9,68%); Cidade Nova (9,52%); Diamante Azul (9,43%); Ipê, Bandeirantes e Parigot de Souza (9,38%); Isabel (9,09%); Capricórnio (8,96%); Indianópolis (8,93%); Milton de Paula Walter (7,14%); Cidade Alta (6,90%); Aeroporto (6,45%); Vila Cândida e Cohapar (5,88%); Pq. São Francisco (5,71%); Flórida (5,56%); Nossa Senhora Aparecida (5,41%); Copacabana (5,17%); e Santa Cruz (4,26%). Todas estas regiões correm alto risco de epidemia.

Até o momento Campo Mourão tem 99 casos confirmados de dengue, segundo novo levantamento apresentado pelo Comitê Gestor de Combate à Dengue. Há pouco mais de uma semana, eram 78 casos positivos de dengue na cidade.

São 91 casos autóctones, da própria cidade, e 8 importados, de pessoas que vieram infectadas de outras cidades. Aumentou também o número de  casos suspeitos, passando de 112 para 163, além de 160 casos negativos da doença. Todos esses números são acumulados desde agosto do ano passado.

Segundo o chefe da Vigilância em Saúde, Carlos Bezerra, a maioria dos casos positivos foi registrada a partir de dezembro de 2019. “Houve um aumento grande a partir de dezembro, mas durante esta semana já fizemos dez bloqueios de casos suspeitos ou positivos. Também foram coletados 10 sacos de 100 litros de lixo nas ações”, disse Bezerra.

Devido a situação, a Câmara Municipal de Campo Mourão aprovou projeto de lei do Executivo que torna mais rígida a pena ao morador que deixar de adotar medidas de controle ao Aedes aegypti. A lei prevê uma série de medidas a serem adotadas pela população e multas bastante pesadas, que variam de R$ 338,00 a R$ 338.000,00, inclusive cassação de alvará, em caso de comércio.

A lei determina uma série de multas para casos específicos. Deixar de adotar qualquer medida de controle mecânico, por exemplo, mesmo inexistindo a presença de ovo, larva, pupa ou do inseto adulto, a multa correspondente a R$ 1.014,00; negar a entrega das chaves do imóvel para ser inspecionado, multa de R$ 676,00.

A obstrução das atividades dos Agentes de Combate à Dengue ou da Vigilância Sanitária, acarretará em multa de R$ 1.690,00; deixar de adotar qualquer medida de controle mecânico e alternativo, com a constatação pelos Agentes de Combate à Dengue ou da Vigilância Sanitária da existência de focos dos transmissores das doenças, multa de R$ 3.380,00 por imóvel. As multas poderão ser reduzidas em até 50% caso a pessoa não seja reincidente nos últimos 12 meses.

A lei prevê ainda a cassação do alvará de licenciamento do estabelecimento comercial, industrial ou do terceiro setor quando, após a eliminação dos focos das doenças, o infrator se omitir em adotar medidas de controle mecânica e alternativo. O mesmo será advertido quando não houver foco do mosquito Aedes aegypti ou outro vetor.

Localidade com casos confirmados de dengue 

Vila Cândida – 9 casos
 
Pio XII – 4 casos
 
Indianópolis – 4 casos
 
Região do Estádio – 3 casos
 
Vila Urupês – 2 casos
 
Jardim Constantino
– 6 casos
 
Novo Horizonte – 11 casos
 
Santa Nilce – 3 casos
 
Jardim Modelo – 6 casos
 
Vila Rural Flor do Campo – 6 casos
 
Jardim Santa Cruz – 3 casos
 
Jardim Izabel
– 2 casos
 
Jardim Araucária – 3 casos
 
Jardim Capricórnio – 4 casos
 
Cohapar – 4 casos
 
Lar Paraná – 2 casos
 
Paulino – 2 casos
 
Bandeirantes – 2 casos
 
Centro – 2 casos