Cáritas Diocesana de Campo Mourão dá suporte a migrantes e refugiados na região
A Cáritas Diocesana de Campo Mourão, que presta atendimento a migrantes e refugiados de diversos países que residem no município, tem expandido o suporte aos que vivem em municípios vizinhos, a partir do apoio das paróquias da Diocese na região. Entre elas, as paróquias Santo Antônio, de Ubiratã, Nossa Senhora das Candeias, de Goioerê, e, mais recentemente, São Judas Tadeu, de Terra Boa.
Nesse último município, chegaram diversos venezuelanos no segundo semestre do ano passado. Diante disso, o presidente da Cáritas, padre Wesley de Almeida dos Santos, e a coordenadora da instituição e membro do Conselho Regional do Paraná, Jaqueline Faria, vêm intensificando o contato com o padre Rafael Vieira da Costa, da Paróquia São Judas Tadeu, para dar mais atenção aos migrantes e refugiados da cidade.
“Com facilidade, o padre nos cedeu a igreja para fazer os atendimentos”, contou a coordenadora. Os atendimentos na cidade começarão já no mês de fevereiro. “A Cáritas vem com esse objetivo de poder auxiliar os municípios sobre os direitos que eles [migrantes e refugiados] têm. A gente também busca garantir os direitos e a dignidade de cada migrante”, explicou Jaqueline, ao dizer que é preciso combater a xenofobia e o preconceito em todos os lugares.
Recentemente, a equipe da Cáritas também se reuniu com profissionais da saúde, assistência social e educação de Terra Boa para apresentar o trabalho da entidade e esclarecer as preocupações dos profissionais em relação aos migrantes e refugiados que residem no município. “Foi um bate-papo mesmo, para esclarecer algumas dúvidas”, disse Jaqueline.

Novo horário de atendimento
Desde o início de 2025, a Cáritas Diocesana em Campo Mourão adotou um novo horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 8 às 21 horas. A mudança visa, principalmente, proporcionar apoio aos cerca de 600 migrantes e refugiados que residem na cidade e trabalham em horário comercial.
A maior parte dos acolhidos são venezuelanos e cubanos, que vêm ao Brasil por conta da situação política e econômica de seus países. Mas também há migrantes de diversas nacionalidades, com muitas pessoas oriundas de países da América Latina, além de árabes e afegãos, para citar alguns exemplos.
Assim, eles recebem o apoio necessário da Cáritas para se estabelecerem na cidade. Os principais atendimentos são voltados para auxílio na documentação, orientação sobre questões de educação e saúde, bem como encaminhamentos para fazer o CadÚnico e para o mercado de trabalho.
Além disso, os agentes da instituição oferecem suporte também aos abrigados na Casa do Migrante. O escritório da Cáritas está localizado na Avenida Irmãos Pereira, nº 51, centro.
Casa do Migrante
Em 2024, foi inaugurada em Campo Mourão a Casa do Migrante Dom Virgílio de Pauli. O abrigo temporário já recebeu diversos migrantes e refugiados. “A gente recebeu várias pessoas. Agora estamos com uma família com cinco pessoas”, informou a coordenadora da Cáritas, ao dizer que o trabalho de acolhida tem funcionado bem, atendendo à população estrangeira que necessita.
A casa é autogestionada, e os acolhidos podem permanecer no local por até três meses. “Todas as pessoas que estão ou que passaram por lá são muito gratas pelo acolhimento que foi feito. Porque a gente não só coloca na casa, mas também presta um atendimento”, ressaltou. Alguns desses serviços incluem auxílio com documentação, atendimento médico e encaminhamento para trabalho.
“É feita toda a integração das pessoas dentro da cidade”, explicou Jaqueline, acrescentando que, quando deixam o abrigo, é porque já conseguiram um emprego e estão em condições de arcar com as despesas de um lar. Por meio de uma parceria entre a Cáritas e a Itaipu Binacional, um cartão alimentação é fornecido para ajudar nas despesas alimentícias aos residentes temporários na casa.