Chuva em Campo Mourão está 86,51% abaixo do esperado para janeiro
O mês de janeiro já passou da metade e o volume de chuvas esperado para o período está cerca de 86,51% abaixo da média, conforme levantamento do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
É um dos principais déficits do Paraná, conforme os dados do Simepar, comparado a outras regiões. Para Campo Mourão, a média de chuvas em janeiro é 296,6 mm, mas nos primeiros 16 dias deste mês foram registrados apenas 40 mm, restando ainda 256,6 mm.
Conforme o Simepar, a expectativa é que as chuvas voltem a ganhar intensidade no Paraná. Porém, deverão ficar distantes da média histórica para o mês. A falta de água tem gerado perdas extremas na safra de grãos de verão e afetado o abastecimento de água em alguns municípios. “Fazia anos que não tinha um período de seca tão grande assim”, comentou o produtor Vicente Mignoso.
No município de Quarto Centenário, desde dezembro, algumas famílias só têm água para beber porque vêm sendo abastecidas por um caminhão pipa da prefeitura. “É uma situação calamitosa. Dói no coração ver as famílias nesta situação”, lamentou o prefeito José Etevaldo de Oliveira (PT), mais conhecido como Branco. Ele decretou situação de emergência.
De acordo com os dados do Simepar, as regiões que mais registraram chuvas nestes primeiros dias de janeiro são Assis Chateaubriand, Cambará, Cândido de Abreu, Curitiba, Guarapuava, Fernandes Pinheiro, Guaíra, Guaratuba, Lapa, Palmas, Pinhais, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e União da Vitória, que estão a menos de 100 milímetros de atingir a média histórica.
O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (17). Além de Campo Mourão, os principais déficits são em Foz do Iguaçu (Oeste), restando 275,3 mm (apenas 34,4 mm, contra 309,3 mm de média); e Altônia (Noroeste), restando 227,7 mm (53 mm em 2022, contra 280 mm de média).
Devido a estiagem prolongada, o Governo do Paraná decretou situação de emergência no Estado. Na região da Comcam, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Peabiru, Quinta do Sol, Roncador, Quarto Centenário, Moreira Sales, Janiópolis, Nova Cantu e Ubiratã também estão em situação de emergência.
Em Mamborê, um dos maiores municípios produtores de grãos da região, o prefeito Ricardo Radomski (PSD), informou que a prefeitura está levantando mais detalhadamente os prejuízos juntos aos produtores rurais e também deverá adotar a medida devido às perdas.
O decreto facilita aos municípios atender emergencialmente, por exemplo, aviários, pecuaristas, entre outros, e auxilia os produtores rurais a estarem acionando o seguro rural, entre outras medidas de renegociação de dívidas junto às instituições financeiras.
Racionamento
Em Campo Mourão, a Sanepar não descartou o racionamento de água caso as chuvas não se regularizem e a população não faça o uso racional de água. Para se ter ideia, com as altas temperaturas dos últimos dias, o consumo de água aumentou em média de 18,2 milhões de litros de água por dia para 20,1 milhões.
“Se a seca persistir e a população não colaborar, Campo Mourão corre risco de racionamento, principalmente às sextas e sábados, dias de maior consumo”, alertou o coordenador de redes da Sanepar no município, Aurelio Marques Machado Santos.
Segundo o Simepar, o ambiente atmosférico de instabilidade permanece no Estado e na região nesta semana. As temperaturas seguem elevadas, com máximas de até 37°C.
