Coleta de recicláveis gera preocupação em Campo Mourão; secretário da Sema explica situação

Desde novembro de 2023, aproximadamente, Campo Mourão tem enfrentado algumas instabilidades na coleta seletiva. Um dos principais motivos, segundo Franco Freire Sanches, secretário de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (Sema), foi a queda brusca nos preços dos produtos, ocasionando grande volume de materiais nas cooperativas que recebem os recicláveis.

Essas dificuldades vêm sendo enfrentadas por empresas de coleta seletiva e coletores independentes de recicláveis em todo o Brasil. Isso porque, principalmente após a pandemia de Covid-19, os preços dos itens vêm caindo. Franco citou exemplos de alguns produtos com o valor que eram anteriormente praticados e quanto estão atualmente.

Para se ter ideia, o quilo da lata de alumínio, que antes era vendido a R$ 10,00, agora está R$ 6,50, já o papelão, de R$ 1,20, passou para R$ 0,40, conforme informou o secretário. Isso também impactou o volume recolhido pela Seleta, empresa que presta serviço para o município, visto que o secretário falou que muitos coletores independentes também pararam de fazer o trabalho. “A Seleta fazia por mês mais ou menos entre setenta e oitenta toneladas. Agora, está dando cento e vinte toneladas por mês”, comentou.

Há, ainda, outros agravantes. O município conta hoje apenas com uma cooperativa para destinação dos recicláveis, pois outra que também recebia está em processo de regularização da licença ambiental. “Estamos trabalhando para colocar mais uma cooperativa o mais rápido possível em outro barracão”, frisou Franco, ao complementar que, quando a que está com pendência voltar a funcionar normalmente, já diminuirá ‘bastante’ o problema.

Além disso, o secretário chamou a atenção para o fato de que recentemente entrou em vigor a Norma Regulamentadora (NR) 38, que trata sobre atividades de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. “Não pode mais coletar recicláveis naquele baú, tem que ser um caminhão compactador agora”, disse, ao completar que há diversos fatores envolvidos no atraso da coleta seletiva.

O secretário salientou que a Sema tem se reunido com a Seleta para buscar resolver o que for preciso para normalizar o trabalho o quanto antes. A intenção é procurar medidas para que o trabalho não seja suspenso, como tem acontecido em alguns municípios, ainda que haja um pouco de atraso. “Estamos tentando regularizar para ficar cem por cento o máximo do que era, para tentar não suspender igual alguns municípios têm feito”, ressaltou.

O secretário orientou à população a continuar separando os recicláveis e depositando ao lado do cesto de lixo normalmente, nos dias específicos de cada região da cidade. “Se acontecer de não coletar, a gente pede que comunique a secretaria, que entramos em contato com a empresa para fazer a coleta”, alertou.

Serviço

A Sema está localizada na Rua Amílton Tavela Borges, nº 159, Conjunto Residencial Ilha Bela. Interessados também podem entrar em contato pelo número: (44) 3525-4449, das 8 horas às 11h30 ou das 13h30 às 17 horas.

A coleta seletiva é realizada no município pela empresa Seleta, na região central (quartas-feiras e sábados), região da Asa Leste (segundas e sextas-feiras) e regiões do Lar Paraná e Jardim Araucária (terças-feiras e quintas-feiras). Além disso, mantém frequência mensal na última quinta-feira de cada mês nas comunidades da área rural, como Barreiro das Frutas, Boa Esperança, Vila Rural, Usina Mourão, Alto Alegre, Santa Lúcia e São Benedito.