Com área total de 100 mil hectares, plantio do trigo atinge 6% na região

Paralisado nesta terça e quarta-feira devido às chuvas, o plantio do trigo alcançou 6% da área na Comcam. Ou seja, os produtores rurais semearam 6.000 de 100.000 hectares reservados para a cultura.

Os dados constam no boletim agropecuário divulgado nesta terça-feira (3) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. Os números são referentes a levantamento realizado até o dia 2 pelos técnicos do departamento.

De acordo com o Deral, o clima está contribuindo para o trigo que apresenta 100% de sua área em bom desenvolvimento. Da área semeada, 86% estão em estágio de germinação e 14% em desenvolvimento vegetativo. Conforme estimativa inicial, a região da Comcam deverá produzir 280.000 toneladas de trigo, uma média de 2,6 mil a 3 mil  quilos por hectare, caso não haja interferência climática no decorrer da safra. A saca de 60 quilos do cereal está cotada em média a R$ 92,00 na praça de Campo Mourão.

Já em nível de Paraná, o Deral fechou abril com expectativa de que sejam plantados 1,17 milhão de hectares de trigo no Estado, com possibilidade de colher 3,9 milhões de toneladas, 20% a mais que em 2021. O plantio atingiu 13% da área no Paraná. “Até o momento, as condições de campo foram ideais para a cultura e a umidade disponível no solo deve garantir a continuidade dos trabalhos no início de maio”, comentou o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho no último boletim divulgado sobre estimativa de produção.

Segundo ele, os produtores vivem este ano uma situação diferente da ocorrida no mesmo período em 2021. Naquele ano, as chuvas adequadas para germinação do trigo ocorreram apenas na metade de maio. Com isso, a expectativa agora é que no encerramento do próximo mês o Estado esteja com meio milhão de hectares semeados o que pode possibilitar um melhor escalonamento da safra atual, diminuindo a concentração do plantio e, consequentemente, minimizando o risco ao produtor que no ano passado teve perdas significativas com as geadas.

Milho

Já o plantio do milho segunda safra está concluído na Comcam. Os produtores implantaram 422.000 hectares. De acordo com os dados do Deral, 2% da área estão em condições ruins, 7% médias e 91% em boas condições de desenvolvimento. Os dados apontam ainda que 30% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 45% floração e 25% frutificação. A estimativa de produção na região é de 2,4 milhões de toneladas do cereal. A saca de 60 quilos está cotada em média a R$ 81,00.

Já no Paraná, o Deral encerrou abril com estimativa de pequeno aumento na produção de milho da segunda safra 2021/22, reforçando a previsão de que os produtores colherão uma safra recorde do cereal no Estado. Em relação a março, a projeção subiu de pouco mais de 15,9 milhões de toneladas para 16 milhões de toneladas (0,53%). Isso se deve, sobretudo, à reavaliação de área plantada em 30 dias – de cerca de 2,6 milhões de hectares para 2,7 milhões de hectares (0,30%).

A Previsão Subjetiva de Safra (PSS), apresentada no último dia 28 pelos técnicos do órgão, aponta também que a produção de soja deve ficar em torno de 11,8 milhões de toneladas. Ainda que a observação a campo demonstre um pequeno aumento em relação ao projetado em março (11,5 milhões de toneladas), o resultado confirma perda superior a 9 milhões de toneladas diante da previsão inicial, devido às condições climáticas adversas em períodos fundamentais no desenvolvimento dos grãos.

No geral, a estimativa da safra paranaense na safra 2021/22 é de pouco mais de 36,6 milhões de toneladas, com variação positiva de cerca de 10% em relação aos 33,3 milhões de toneladas do ciclo anterior, que foi bastante afetado pela estiagem e geadas. Há confirmação das perdas já anunciadas em relação à safra primavera/verão, que deve ter pouco mais de 15,1 milhões de toneladas de grãos, enquanto a de cereais de verão/outono está estimada em volume pouco superior a 16 milhões. Ocorreram também situações climáticas, como queda de granizo, principalmente na região Oeste do Paraná, causando perdas no milho que são estimadas em mais de 22 mil hectares.