Com aulas remotas, ensino cívico-militar começa sem militares

Os colégios que a partir deste ano passaram a oferecer o ensino cívico-militar estão com as aulas remotas em andamento há mais de um mês, conforme as demais escolas da rede estadual. A diferença é que sem as aulas presenciais e por um atraso na seleção dos militares da reserva por conta da pandemia, o modelo cívico-militar começou sem militares. A informação é que na próxima semana eles irão se apresentar nos colégios.

Em Campo Mourão esse modelo de ensino foi implantado nos colégios Marechal Rondon, Unidade Polo, Darci José Costa e Osvaldo Cruz. “O calendário do colégio cívico-militar é o mesmo das regulares, o que não se iniciou ainda são os procedimentos específicos dos colégios cívico-militares”, explicou a diretora geral do Colégio Marechal Rondon, Rita de Cássia Cartelli. O colégio terá também um diretor militar.

A chefe do Núcleo Regional, Ivete Sakuno, explicou que por conta da pandemia houve atraso no processo de seleção. Além disso, os aprovados não são suficientes para preencher todas as vagas oferecidas em todo o Estado. “Será aberto um novo edital para credenciamento de novos militares que não foram aprovados”, explicou. Ela acredita que na próxima semana alguns dos quatro colégios já contarão com os militares para início das atividades.

Nesta quarta-feira (14), militares da reserva selecionados da área do 11º BPM tiveram treinamento teórico no período da manhã e instrução prática à tarde no estande de tiro do município. “Os policiais que vão atuar nos colégios estão em fase de preparação. Em alguns casos terão que voltar a ter autorização para portar arma. Estamos trabalhando em conjunto”, disse o comandante do 11º BPM, major Clerverson Vidal Veiga. Segundo ele, já foram selecionados oito policiais que atuaram no 11º BPM, além de bombeiros. 

O secretário estadual da Educação, Renato Feder, explicou que os CCM-PR já seguem a nova modalidade desde o início de março, por meio do ensino remoto. “Os policiais, depois dos treinamentos, estarão nas unidades para apoiar e dar suporte aos professores civis. Cada um terá seu papel nas escolas, os professores serão responsáveis pelo ensino pedagógico e os militares vão ajudar na disciplina, no respeito e na organização das escolas”, esclarece.

A nova modalidade de ensino começa em 197 escolas da rede pública estadual. A matriz curricular é maior, com seis aulas diárias (30 por semana), com mais aulas de Língua Portuguesa e Matemática e o acréscimo de Cidadania e Civismo, com uma aula por semana para o Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano) e para o Ensino Médio.

A gestão é compartilhada entre civis e militares, sendo o diretor-geral e o diretor auxiliar (quando a escola necessitar) civis. O diretor cívico-militar será responsável pela disciplina e atividades cívico-militares, além de poder auxiliar nas partes de infraestrutura, patrimônio, finanças e segurança. Cada escola terá de dois a quatro monitores militares, conforme a quantidade de alunos.