Com retorno das chuvas, dengue ganha ‘força’ na região de Campo Mouraõ e preocupa Saúde

52 casos confirmados. 1.290 notificações. 459 casos prováveis. 390 em investigação. Em síntese, estes são os números da dengue na região de Campo Mourão, que aliás, com o retorno das chuvas, já começa a ganhar força na Comcam, com o aumento expressivo de confirmações, o que preocupa a Saúde. Os dados foram subtraídos pela TRIBUNA do boletim informativo, atualizado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).

Em Campo Mourão, apesar dos esforços da Secretaria de Saúde e Vigilância Epidemiológica, com agentes de endemias diariamente fazendo os trabalhos de campo, a infestação do mosquito é bastante alta. Sinal de que algo está errado.

No jardim Isabel, por exemplo, a 10 minutos do centro da cidade, uma moradora que reside próximo ao cemitério e preferiu não se identificar, diz que não dispensa o uso de repelentes. Segundo ela, mesmo com o seu quintal limpo frequentemente, é ‘normal’ a sua residência ser ‘visitada’ diariamente por mosquitos Aedes aegypti, inseto vetor da doença.

“A casa não deixo mais aberta. Porém onde não há portas, como nos fundos, por exemplo, a qualquer hora do dia é possível notar uma grande quantidade de mosquitos. Eles vêm provavelmente de residências vizinhas”, frisou.

Uma preocupação constante no bairro, principalmente com o retorno das chuvas, são os bueiros que simplesmente não fazem o escoamento da água pluvial. Com isso, as galerias ficam com grande quantidade de água acumulada por dias, o que colabora para a disseminação do mosquito. “Quando chove fica tudo alagado”, falou a moradora. Segundo ela, a prefeitura fez no ano passado a limpeza dos bueiros, mas de nada adiantou. “Continuam entupidos, não funcionam”, ressaltou.

Há ainda outro problema grave na localidade. Diariamente, uma grande quantidade de materiais recicláveis é depositada em uma área que faz margem com o cemitério municipal. Por lá é comum passar pela rua e se deparar com uma grande quantidade de materiais a céu aberto, inclusive, sobre a calçada.

Em Campo Mourão, a administração municipal teme que uma nova epidemia atinja a cidade, como ocorreu em 2019. Isso devido ao grande número de focos encontrados em diversas localidades. Conforme informou o secretário da Saúde, Sérgio Henrique Santos, em recente entrevista à imprensa, já há inclusive caso de morador que foi internado na UPA para tratar da dengue.

Números

De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, Os 52 casos de dengue confirmados na região são nos municípios de Barbosa Ferraz (5); Boa Esperança (1); Campo Mourão (20); Corumbataí do Sul (8); Engenheiro Beltrão (2); Fênix (1); Goioerê (3); Luiziana (1); Moreira Sales (3); Peabiru (1); Rancho Alegre D’ Oeste (1); Roncador (1); Terra Boa (2); e Ubiratã (3).

Vale lembrar que os números divulgados pela secretaria de Saúde em Campo Mourão divergem com os do Estado. Números oficiais locais apontam para 49 casos confirmados, conforme últimos dados divulgados pelo município. Ou seja, mais que o dobro divulgado pela Sesa.

Conforme o balanço, em 17 dos 25 municípios, a Saúde investiga 390 casos suspeitos, que aguardam confirmação de exame laboratorial. As cidades com casos nesta situação são: Altamira do Paraná (2); Barbosa Ferraz (45); Boa Esperança (1); Campina da Lagoa (2); Campo Mourão (105); Corumbataí do Sul (7); Goioerê (5); Janiópolis (2); Juranda (2): Luiziana (1); Mamborê (22); Moreira Sales (2); Peabiru (3); Quinta do Sol (1); Rancho Alegre D’Oeste (9); Terra Boa (133); Ubiratã (48).

Com a disseminação cada vez maior do vírus nos últimos dias na região, municípios têm intensificado as ações de combate à dengue, como arrastões de limpeza, utilização do fumacê, limpeza de terrenos baldios, e reforço no trabalho de vistoria de agentes de endemias e também nas fiscalizações.

No Paraná, conforme o boletim semanal da dengue, o Estado confirmou o primeiro óbito do novo período sazonal da doença, que iniciou no dia 1º de agosto e deve seguir até julho de 2022. Foi um paciente do sexo masculino, com 58 anos de idade, com comorbidade. Ele morava na cidade de Nova Esperança, pertencente à 15ª Regional de Saúde de Maringá.

Os dados do informe apresentam 27.887 casos notificados da doença, com 2.811 casos confirmados, que correspondem a 10% do total. Existem 4.970 em investigação (18%). Em relação ao informe anterior, houve um aumento de 15% das notificações e de 64% de casos confirmados. Desde o mês de fevereiro, 28 municípios têm confirmado casos de forma contínua.