Comcam vive ‘explosão’ de dengue; Peabiru acumula quase metade dos casos

A Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (Sesa-PR) informou que a Comcam atingiu nesta semana 1.115 casos de dengue contra 676 na semana passada. Ou seja, em sete dias foram 439 confirmações, um aumento de cerca de 64%. O atual período sazonal teve início em julho do ano passado com 22 dos 25 municípios da região com casos confirmados.

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Chama atenção que metade dos casos está concentrado no município de Peabiru: 534. Ou seja, a cidade está em epidemia, assim como Quinta do Sol, com 126; e Luiziana 124. A região contabiliza 5.015 notificações e 3.674 casos prováveis da doença. Campo Mourão tem 67 casos acumulados.

Ainda conforme a Sesa, há casos confirmados também de Chikungunya em dois municípios: Iretama (1) e Mamborê (1). Notificações somam 12, sendo em Campo Mourão (2), Goioerê (1), Iretama (4), Mamborê (2), e Moreira Sales (1).

As confirmações de dengue por cidade são: Araruna (100), Barbosa Ferraz (1),
Campina da Lagoa (1), Campo Mourão (67), Engenheiro Beltrão (6), Farol (4), Fênix (2), Goioerê (39), Iretama (9), Janiópolis (9), Juranda (44), Luiziana (124), Mamborê (4), Moreira Sales (8), Nova Cantu (2), Peabiru (534), Quarto Centenário (35), Quinta do Sol (126), Rancho Alegre D’ Oeste (2), Roncador (9), Terra Boa (5), e Ubiratã (11).

No Paraná, a Sesa computou 7.238 novos casos e mais dois óbitos pela doença. O estado acumula 29.075 casos confirmados no atual período epidemiológico. As duas novas mortes aconteceram em Apucarana, entre os dias 13 e 18 de janeiro. São dois homens, um de 22 anos e outro de 73 anos, ambos sem comorbidades. São oito óbitos em todo o Estado, que tem ainda um total de 93.637 notificações, 21.854 casos em investigação e 38.215 descartados.

A transmissão da dengue acontece durante a picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado com o vírus. Após a picada, os sintomas podem aparecer em até 15 dias. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é febre alta (39°C a 40°C) que dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Podem ocorrer manchas que atingem a face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem ocorrer.

Mitos e verdades sobre a doença

Evitar a água parada é a única forma de prevenção da dengue

Mito. O acúmulo de água parada em caixas d’água, reservatórios e outros recipientes é apenas uma das formas de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. Para prevenir a doença, é necessário que o local seja, ainda, higienizado com frequência, pois os ovos colocados pelo mosquito podem ficar em estado de latência por até um ano, podendo eclodir quando o local tiver água acumulada novamente.

Repelentes podem ajudar a evitar a picada pelo mosquito Aedes aegypti

Verdade. O uso de repelente é uma forma de prevenir a picada do mosquito. De acordo com o Ministério da Saúde, os produtos mais indicados são os à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou Icaridina. Eles podem ser usados por gestantes e por crianças, desde que haja orientação médica.

A dengue pode ser transmitida de uma pessoa para outra

Mito. A única forma de transmissão do vírus da dengue é pela picada do mosquito Aedes aegypti. Mas, para isso, é necessário que o mosquito esteja contaminado, ou seja, ele precisa picar uma pessoa já infectada com um dos quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 ou DENV-4) para transmitir a doença para outra pessoa. A transmissão de um indivíduo para outro não é possível.

Somente a fêmea do Aedes aegypti é capaz de transmitir o vírus da dengue

Verdade. Somente a fêmea precisa do consumo de sangue para sobreviver, já que somente ela produz os ovos. Por isso, ela é a responsável por transmitir o vírus da dengue, enquanto o macho se alimenta apenas de néctar e seiva das plantas.

A dengue é mais perigosa no verão

Verdade. Temperaturas quentes e alta quantidade de chuva – comum durante o verão – favorece a proliferação de mosquitos, incluindo o Aedes aegypti. Por isso, é comum ocorrer picos da epidemia da dengue nos meses entre outubro de um ano e maio do ano seguinte.

Não existem casos de dengue no inverno

Mito. Apesar de a proliferação do mosquito Aedes aegypti ocorrer com mais facilidade em temperaturas quentes, isso não impede que uma pessoa seja contaminada nas estações mais frias do ano. Além disso, caso ocorra elevação de temperatura e dias chuvosos durante o inverno, a larva, que poderia estar em estado de hibernação, pode eclodir e reiniciar o ciclo de contaminação.

Não se deve tomar anti-inflamatórios em caso de contaminação ou suspeita de dengue

Verdade. Remédios a base de anti-inflamatórios não-hormonais, como ibuprofeno, diclofenaco e nimesulida, podem aumentar o risco de hemorragias, piorando o quadro de dengue. Também não é recomendado o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) para o alivio dos sintomas. O tratamento da dengue é feito com analgésicos, como dipirona, repouso e hidratação. Ainda não existe um medicamento específico para dengue.

A segunda infecção por dengue pode ser pior do que a primeira

Verdade. A reinfecção pelo vírus da dengue é possível por existirem quatro sorotipos do vírus. Segundo o Ministério da Saúde, quando uma pessoa é infectada por um desses tipos, ela se torna imune a ele apenas, podendo ainda ser contaminada pelas outras três variantes. Na segunda infecção, o risco de desenvolver um quadro mais grave da doença, como a dengue hemorrágica, é maior, mas não anula a possibilidade de os sintomas serem perigosos ainda na primeira contaminação.

Usar ar-condicionado ou ventilador impede a picada pelo mosquito da dengue

Mito. Esses aparelhos podem inibir a atividade do mosquito por reduzir a temperatura do local, dificultando a detecção de uma possível vítima da picada. Porém, tal medida não o impede de permanecer no ambiente ou de picar uma pessoa em outro momento.

Usar calças e mangas compridas diminui a possibilidade de ser picado pelo mosquito

Verdade. Principalmente nas áreas de maior risco, utilizar peças de roupas que cobrem a pele, principalmente os membros inferiores, é útil para reduzir a chance de ser picado pelo Aedes aegypti.