Consórcio de saúde descentraliza atendimento de pacientes na região

Quem costuma frequentar a sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cis-Comcam) em Campo Mourão percebeu que o movimento de veículos da região e de pessoas em busca de atendimento de saúde diminuiu. Isso se deve à descentralização dos serviços do consórcio, que é mantido pelos 25 municípios da região. O consórcio conta atualmente com 23 especialidades médicas credenciadas, além de laboratórios e clínicas de diagnósticos por imagem.

Na gestão atual, a pedido dos secretários de saúde da região, credenciamos serviços em cidades como Terra Boa, Goioerê e Ubiratã. Com isso foi reduzida a quantidade de pessoas na sede, porque temos médicos atendendo dentro e fora do consórcio, explica o supervisor de redes do Cis-Comcam, Márcio Alencar, ao acrescentar que o objetivo do consórcio não é criar um monopólio de serviços em Campo Mourão.

Ele lembra que isso não significa menos pessoas utilizando o consórcio. Tanto que este ano, por exemplo, a fatura de serviços prestados aumentou em 20%. Em 2017 o faturamento no início do ano era de R$ 800 mil. Atualmente é de R$ 1,8 milhão e este ano não houve correção de valores, explica o supervisor. Outra novidade da atual gestão, segundo ele, é o credenciamento de prestadores em qualquer época do ano. Até a gestão anterior era feito apenas uma vez por ano.

O presidente do Cis-Comcam e prefeito de Corumbataí do Sul, Carlos Rosa Alves, ressalta que essa descentralização significa economia para os municípios e menos transtornos para os pacientes. Cidades mais distantes tinham que trazer as pessoas de ônibus, que muitas vezes ficavam o dia todo esperando para voltar para casa. Além do custo do transporte ao município o paciente ainda tinha que gastar com alimentação em Campo Mourão. Agora muitos desses atendimentos estão perto da casa deles, ressalta o presidente.

Alencar enfatiza que a gestão do consórcio é disponibilizar os serviços. A competência de agendar as consultas é dos municípios, dentro da cota de cada um, justifica. A cota de cada município é estipulada conforme o número de habitantes. Cada cidade paga uma taxa administrativa (também per capita) para manutenção da estrutura do consórcio e as cotas repassadas aos prestadores.

O dono do consórcio são os municípios, que têm autonomia de utilizar ou não, conforme sua demanda ou prioridade, reforça Alencar, ao acrescentar que também há credenciamento de serviços em outros centros, como Maringá, Umuarama e Cianorte. É mais fácil quem mora em Terra Boa ir até Cianorte do que vir a Campo Mourão, exemplifica.

Recentemente o prédio do Cis-Comcam passou por uma ampla reforma, viabilizada com recursos da contrapartida do curso de Medicina do Centro Universitário Integrado. Foram investidos aproximadamente R$ 350 mil do programa Coapes (Contratos Organizativos de Ação Pública de Ensino-Saúde).

144 mil consulta ano

O Ciscomcam presta em torno de 12 mil consultas por mês a pacientes de todos os 25 municípios da Comcam, média de 600 por dia. Anualmente são 144 mil consultas. O volume de atendimentos é realmente muito grande, argumentou Carla Alves, coordenadora geral do consócio.

Ela lembrou que a construção da nova sede do Ciscomcam está na fase de projetos. O presidente da entidade se reuniu recentemente com o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, que confirmou a liberação dos recursos para obra. Estamos correndo atrás dos projetos para a liberação dos recursos para posteriormente iniciar o processo de licitação, falou Carlos Alves. A nova estrutura será edificada em um terreno próximo ao Hospital Santa Casa, na saída para Araruna.

Especialidades

O Cis-Comcam disponibiliza atendimento em 23 especialidades, com mais de 100 profissionais credenciados. Entre as áreas de atendimento estão: gastroenterologia, endocrinologia, cardiologia, pneumologia, entre outras. O consórcio oferece também serviços de psicologia, raio-x, laboratório, eletro-cardiograma e eletroencefalograma.