Country Clube de Campo Mourão vai a leilão novamente

O Country Clube de Campo Mourão, volta a leilão pela Justiça Federal. O certame está marcado para o dia 22 deste mês, às 9h30. Os lances serão somente online, pelo site: www.kleiloes.com.br. O clube, com área de 33,9 mil metros quadrados foi avaliado em R$ 12,5 milhões e poderá ser arrematado a partir de R$ 7,5 milhões. Nos últimos 18 anos, foram várias as tentativas de leilão, mas todas fracassadas. 

O Country Club teve glamour em Campo Mourão, como local mais visitado nos anos 80. Em dezembro de 2020, um grupo de 19 mourãoenses iniciou uma nova gestão frente ao Country. Atualmente tem cerca de 50 sócios. Mas o local já manteve 1,7 mil associados. A diretoria atual estima que para que o clube continue, deveria ter no mínimo entre 350 a 400 associados. 

Fundado em 1962, o Country viveu o auge na década de 80. Naquela época, com muitos frequentadores, havia dinheiro para reformas e, consequentemente, a sua manutenção. Com o salão de eventos inaugurado, o local abrigou grandes casamentos. Tomou para si, um charme não mais visto na cidade. Foi um tempo em que realizava os melhores bailes de Carnaval. Sem contar, com os famosos e memoráveis bailes do Havaí e Anos Dourados. Mas isso tudo, acabou se perdendo. E, o glamour, transformou-se em nada. 

Fechado desde o início da pandemia, o clube chegou a reabrir. Mas em estado de “coma”. Tudo precisa ser melhorado. Mas sem sócios, não entra dinheiro e as melhorias não acontecem.  A estrutura que vai a leilão fica no perímetro urbano. Além de salão social com 2,8 mil metros quadrados, a sede conta com três piscinas, quadra de tênis com vestiário, três campos de futebol suíço, um bosque e um lago, entre outras benfeitorias. Com o tempo, uma área do clube foi dada em troca de uma dívida trabalhista. Ela foi paga. Mas restam outras. Ao todo, cerca de mais R$ 3 milhões ainda em dívidas a saldar. 

Clube já teve 45 funcionários

Hoje, o clube mantém apenas quatro funcionários. Só para se ter ideia, na década de 80, eram 45. Número quase igual ao total de sócios de hoje. Paulo Adão de Oliveira, aos 80 anos, é um deles. É funcionário há 27. Ele concedeu entrevista à TRIBUNA recentemente  comentando a situação do clube. Disse, na ocasião, que tem saudades da movimentação. “Olho pra tudo isso aqui e só escuto o silêncio. Sinto falta do grito, das risadas e do choro das crianças”, falou. Paulo também sente pelo bosque devastado. Segundo ele, há anos, plantou diversas mudas de árvores. Elas cresceram. E foram derrubadas. Onde estavam, agora é só mato.