Dengue avança com chuvas e calor; infestação preocupa em Campo Mourão e deixa Saúde em alerta

As altas temperaturas aliadas às chuvas constantes são dois fatores predominantes para o avanço da dengue em Campo Mourão e cidades ao entorno. Além do aumento de confirmações, outra preocupação das autoridades em Saúde são os elevados índices de infestação, que seguem ‘decolando’. Situação preocupante.

Em Campo Mourão, por exemplo, o Lira (Levantamento de Índice Rápido), divulgado esta semana, pela Secretaria Municipal de Saúde constatou uma taxa de infestação do mosquito Aedes aegypti de 9,72%, número praticamente quatro vezes superior ao divulgado em setembro. Atualmente a cidade corre alto risco para uma possível epidemia da doença. Para se ter ideia, o índice tolerável pelo Ministério da Saúde é abaixo de 1%. Ou seja, a população tem que fazer o dever de casa, no mínimo, deixando seus quintais livres de água parada para evitar a proliferação do mosquito vetor do vírus.

A título de Comcam, a secretaria Estadual de Saúde do Paraná divulgou nesta semana, em seu mais novo boletim da Dengue, 36 casos confirmados em 13 municípios, 623 notificações e 217 casos prováveis – que aguardam resultados laboratoriais para confirmação.

Na região, Quinta do Sol lidera, com seis casos; seguida de Goioerê, com cinco. Ubiratã teve o número corrigido e caiu de cinco para dois. Campo Mourão se mantém com dois pacientes infectados. Os casos por cidade são: Araruna (5), Campo Mourão (2), Goioerê (5), Iretama (2), Janiópolis (1), Moreira Sales (4), Nova Cantu (2), Peabiru (2), Quinta do Sol (6), Rancho Alegre D’Oeste (1), Roncador (2), Terra Boa (2) e Ubiratã (2).

A 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, que abrange os 25 municípios da Comcam, vem acompanhando semanalmente a evolução dos casos, auxiliando as cidades com equipes técnicas no combate à doença. São realizados trabalhos de orientações, capacitações dos agentes de endemias e ações de contenção para eliminação dos criadouros.

Campo Mourão

Ainda se tratando de Campo Mourão, que é cidade polo da Comcam, conforme o Lira divulgado pela secretaria da Saúde de Campo Mourão, das 44 localidades pesquisadas, em 36 o índice está acima de 4%. Em apenas três regiões na área central o índice foi zero. Os índices são considerados ‘altíssimos’, avalia a coordenadora dos trabalhos de campo dos agentes de endemias, Marinalva Ferreira da Luz. Ela lembra que o número é praticamente quatro vezes maior ao divulgado anteriormente, no mês de setembro, quando era 2,08%.

O levantamento aponta ainda o que não é mais novidade: a maioria dos focos foram encontradas nas residências, demonstrando relaxamento de parte da população. “O poder público não dá conta, a população precisa se conscientizar do grave problema”, alerta Marinalva.

Em algumas localidades, o índice de infestação de larvas do Aedes aegypti, atingiram números astronômicos, considerando a tolerância do Ministério da Saúde. No jardim Modelo, por exemplo, 25,64%; da mesma forma nos jardins Tropical, América e Indianápolis: 20,83% e 20,00%, respectivamente. Dos 1.585 imóveis visitados, foram encontrados focos do mosquito em 154. Destes mais de 80% localizados em residências.

Em nível de Paraná, conforme a Sesa, os índices também já são preocupantes. Foram 275 novos casos registrados em apenas uma semana. Com isso, o Estado chega a 2.673 diagnósticos confirmados no atual período epidemiológico, que teve início em agosto de 2023 e segue até julho de 2024.

Dos 399 municípios paranaenses, 194 possuem casos confirmados, com registros em todas as 22 Regionais de Saúde. Com relação aos casos de chikungunya o informe permanece com 16 casos confirmados e nenhum óbito. O boletim não traz confirmação de casos de zika vírus no Estado.

A Sesa publicou, também, o 5º Informe Entomológico deste ano, monitoramento permite identificar regiões com aumento na proliferação do mosquito Aedes. De acordo com o documento, no período de 14 de agosto a 7 de outubro, dos 297 municípios que encaminharam as informações entomológicas para a Sesa, oito estão classificados em situação de risco de epidemia; 122 em alerta e 164 em situação satisfatória para o IIP (Índice de Infestação Predial).

Os demais não enviaram informações ou não realizaram o monitoramento. Os principais depósitos de criadouros encontrados foram em lixos, com 32,9% (recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas em pátios e ferros velhos, entulhos de construção), 26% em vasos e frascos com água, pratos, degelo da água de geladeiras e materiais de construção, e 17,2% em depósitos ao nível do solo para armazenamento doméstico de água.

DENGUE

Os principais sintomas da dengue são

* Febre alta (acima de 38°C)
* Dor no corpo e articulações
* Dor atrás dos olhos
* Mal estar
* Falta de apetite
* Dor de cabeça
* Manchas vermelhas no corpo

Sinais de casos graves (procure o serviço de saúde)

* Sangramento
* Disfunções de órgãos
* Extravasamento de plasma (sangue)
* Os riscos aumentam quando o paciente tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos

Recomendação para casos leves

* Repouso enquanto durar a febre
* Estímulo à ingestão de líquidos
* Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre
* Não administração de ácido acetilsalicílico

Fonte: Ministério da Saúde