Deral aponta redução de 46% na produção da soja e 62,73% do milho na Comcam

Levantamento mensal atualizado, divulgado nesta quinta-feira (27), pelo Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, aponta para uma redução de 46% na produção da soja e 62,73% no milho, na região de Campo Mourão. As perdas são reflexos da estiagem prolongada que afetou todo o Estado. E são irreversíveis. Os números são referentes à coleta realizada até o dia 26 deste mês.

A estimativa inicial do Deral apontava para uma produção de soja de 2.623.690 milhões de toneladas, caindo agora para 1.416.792 milhão/t, ou seja, uma perda de 1.206.898 milhão de toneladas. Conforme os dados consolidados até o dia 26 deste mês, a colheita atingiu cerca de 8% da área de soja na Comcam, que são 690.610 hectares.

Os números apontam ainda que 46% da área a colher estão em condições ruins; 29%, médias; e 25%, boas. Conforme o levantamento, 30% das áreas estão em processo de maturação; frutificação (68%); e ainda em floração (2%). A saca de 60 quilos do grão é comercializada na praça de Campo Mourão a R$ 172,00. Na região de Campo Mourão, conforme informações de cooperativas, houve recorde no acionamento de seguro agrícola pelos produtores rurais nesta safra de verão devido as perdas causadas pela estiagem.

Se na safra da soja a quebra foi significativa, na do milho 1ª safra foi ainda mais expressiva: 62,73% conforme já informado acima. A estimativa inicial de produção na Comcam era de 216.450 toneladas. Porém devido à seca, o volume foi reduzido a 80.662. Ou seja, os produtores deixarão de colher 135.788 toneladas. Atualmente, o preço da saca de 60 quilos é de R$ 92,00.

Segundo o Deral, em Campo Mourão, da área que resta a colher do milho, 50% estão em condições ruins; 40%, médias e apenas 10%, boas. 53% da cultura estão na fase de maturação; 45%, frutificação e 2%, floração. Aproximadamente 20% da safra de milho foi retirada do campo na Comcam.

Paraná

Segundo o Deral, o paraná fechou janeiro com projeção de redução em 39% na produção de soja no Estado para a safra 2021/22, em relação ao potencial. A primeira Previsão de Safra Subjetiva (PSS) deste ano, apresentada nesta quinta-feira (27) pelos técnicos do órgão, aponta também que, no caso do milho de primeira safra, as perdas estão em 36%. As duas culturas são predominantes na Comcam.

Os números do relatório mensal do Deral não diferem muito dos dados levantados em meados de janeiro e entregues à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, quando da visita a Cascavel, no Oeste. Até o momento, há perda de mais de 8 milhões de toneladas de soja, ou 39% do previsto inicialmente, que era de pouco mais de 21 milhões de toneladas. A produção estimada atualmente é de 12,8 milhões de toneladas.

Se o comparativo for feito com a produção de 19,8 milhões de toneladas conseguida na safra 2020/21, os sojicultores paranaenses devem ter redução de 35%. Com uma área estimada em 5,6 milhões de hectares, o rendimento deve cair de 3.543 quilos por hectare, no ciclo anterior, para 2.274 quilos por hectare na atual safra.

No campo, a colheita de milho vem ganhando bom ritmo e atingiu 8% da área plantada. O cenário climático adverso também provocou perdas irreversíveis para os produtores de milho da primeira safra. Em relação ao potencial produtivo de 4,3 milhões de toneladas, que tinha sido previsto, a baixa já ultrapassa 1,6 milhão de toneladas (36% a menos). Com isso, o campo deve render, de acordo com os dados atuais, 2,7 milhões de toneladas. Isso representa redução de 13% em relação ao produzido na safra 2020/21.

A estiagem refletiu também na produtividade do milho. A previsão é que na atual safra sejam colhidos 6.232 quilos por hectare. No ciclo de 2020/21, foram 8.372 quilos por hectare. Como a colheita da soja avança de forma mais acelerada que o habitual, o plantio de milho segunda safra também está adiantado. Nesta semana foram plantados 5% da área total estimada em 2,6 milhões de hectares, com expectativa de se colher 15,2 milhões de toneladas.