Dia do mecânico, o “médico dos automóveis”

Hoje (20 de dezembro) é comemorado no Brasil o Dia do Mecânico, uma homenagem aos chamados “médicos dos veículos automotores”. Em Campo Mourão, a reportagem da TRIBUNA entrevistou o mecânico Adriano Scherbaty, proprietário de uma oficina na Perimetral Tancredo Neves. Com 35 anos de idade, ele conta que herdou a profissão do pai, com 15 anos. “Comecei lavando peças em uma oficina”, revela. 

Depois de fazer cursos, aos 18 anos Adriano começou a trabalhar em mecânica pesada na Mercedes Benz. Também trabalhou na Ford e na Chevrolet em Maringá, até que há cerca de 10 anos abriu o próprio negócio em Campo Mourão. 

A tecnologia, segundo ele, trouxe grandes mudanças na profissão e exige cada vez mais conhecimento. “Se não estiver buscando informações sobre as novidades dos novos veículos, o mecânico pode dar grande prejuízo ao cliente”, enfatiza Adriano, ao acrescentar que a internet é uma das maiores aliadas da profissão. “Claro que a internet não traz tudo e por isso é preciso também buscar treinamentos nas empresas sérias”, acrescenta.

Adriano lembra do tempo em que o pai regulava motores pelo barulho. “Hoje a gente usa computador para detectar o problema do veículo e inclusive estetoscópio usado pelos médicos para ouvir o motor”, mostra o mecânico, ao recordar do tempo em que se consertava um Fusca apenas com uma chave de fenda e uma lixa. 

As mudanças, segundo ele, foram para melhor. “Hoje tem motores pequenos com grande potência, além da economia de combustível”, observa.  A necessidade de maior conhecimento técnico, porém, deixou a mão de obra mais cara. “Cursos, treinamentos são muito caros e é preciso aperfeiçoamento constante. Os que não se atualizaram estão fora do mercado”, observa Adriano. 

Mesmo com boa remuneração, faltam mecânicos no mercado. A Agência do Trabalhador, por exemplo, oferece vaga toda semana e raramente é preenchida. “Recentemente tivemos um curso em que formamos 54 mecânicos. Uma semana depois da formatura, surgiram vagas aqui e ninguém apareceu”, observa o chefe da Agência, Alexandre Galland.

Segundo Adriano, um bom mecânico não fica sem emprego e o salário gira em torno de R$ 4 mil a R$ 5 mil, dependendo da região e da área. “Hoje até quem não é bom está trabalhando, imagine os bons”, observa o mecânico.