Dia do Professor foi proposto por uma deputada negra

Nesta sexta-feira, 15 de outubro, é comemorado em todo o país o Dia do Professor. Foi nessa data, em 1827, que Dom Pedro I sancionou a primeira lei educacional do Brasil e por decreto imperial criou o Ensino Elementar. Para homenagear os professores, a deputada negra Antonieta de Barros, eleita por Santa Catarina, propôs e foi aprovado feriado do Dia do Professor no Estado em 1948. Em 14 de outubro de 1963, por meio do decreto federal, foi criado o Dia do Professor em todo o país.

O advogado e consultor político Gilmar Cardoso recorda que Antonieta de Barros foi uma das três primeiras mulheres eleitas no Brasil e que sua bandeira política era o poder revolucionário e libertador da educação para todos. “A mulher responsável pela instituição nacional desta data, destacou-se também como uma grande defensora do voto feminino nos anos 1930”, observa Cardoso, ao acrescentar que ela se tornou a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil.

Antonieta nasceu em 11 de julho de 1901 e foi alfabetizada por estudantes que moravam em sua casa, uma pensão criada pela sua mãe. Se tornou jornalista, professora e política. A atuante líder feminista defendia a educação, valorização da cultura negra e a emancipação feminina. Quando tinha 17 anos fundou o curso “Antonieta de Barros” para combater o analfabetismo de adultos pobres.

“Ela acreditava que a educação era a única forma de libertar a classe menos favorecida. Sofria muitos ataques e ameaças tanto de homens ricos, quanto das oligarquias da mídia e na política. Mesmo assim seguia lutando”, frisa, ao acrescentar que apesar do Dia do Professor ser celebrado em todo o Brasil, muitos ainda desconhecem essa origem da comemoração.

Segundo Cardoso, tramita na Câmara Federal projeto de lei do deputado Alessandro Molon que inscreve o nome de Antonieta de Barros no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, tendo parecer da Comissão de Cultura, pela aprovação. “Por ter contribuído com a Nação sendo uma notável educadora, escritora e parlamentar e pelo exemplo ímpar de vida é justo que ela tenha o nome eternizado”, afirma a justificativa do projeto.