Eleição do Conselho Tutelar manteve tradição de poucos eleitores e só mulheres eleitas

Cerca de uma hora e meia após o término da votação para o Conselho Tutelar de Campo Mourão na tarde de domingo (06), foram conhecidas as cinco eleitas para os próximos quatro anos de mandato. A mais votada foi Marisa Barbosa Palma, com 892 votos, seguida  Zilda Inglez Modena (825), Silvana Lopes Pierini (729), Vilmara Luciana Queiroz de Souza (647) e Valdirene Neves (646). 

Assim como na eleição anterior, foram eleitas apenas mulheres e apesar da expectativa de maior participação dos eleitores em razão da utilização de urnas eletrônicas em cinco pontos da cidade, apenas 3.518 compareceram para votar. O número foi ainda menor que na eleição passada, quando em apenas um local votaram 3.782 eleitores. 

Para o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Wellington Souza a  não obrigatoriedade do voto e o tempo chuvoso de domingo podem ter contribuído a pequena participação dos eleitores. Fizemos a parceria com a Justiça Eleitoral e montamos uma equipe com mais de 100 pessoas para levar as urnas a mais pontos da cidade visando facilitar o acesso, mas infelizmente a maioria sequer procura se informar sobre o papel dos conselheiros, lamenta o presidente.

Além das cinco titulares, ficaram como suplentes João Matheus Tavares (606 votos), Vanderlei Smaha (527), Sandra Pires Lopes (490), Ioliani Costa Vigilato (487) e Gisela de Lima Ribeiro (442). Disputaram a eleição 27 candidatos (24 mulheres e três homens). Como os eleitores poderiam votar em até cinco candidatos, foram registrados 17.590 votos. Os votos brancos somaram 5.991 e os nulos 1.017. 

A diplomação das cinco eleitas e suplentes será nesta quarta-feira (09), às 19 horas, no Centro da Juventude, onde também foi a apuração dos votos. O promotor da Vara da Infância e Juventude, Luciano Rahal,  disse as eleições em toda comarca transcorreram sem maiores incidentes. Tivemos poucas ocorrências, que não afetaram o pleito. Em Campo Mourão, graças a Justiça Eleitoral ter cedido urnas eletrônicas, melhora a qualidade de apuração, controle de dados e conferência. A data unificada em todo o país também ajuda na melhor divulgação para a população, especialmente da importância do Conselho, ressaltou o promotor, que acompanhou a apuração.

Conselheira mais votada disputou eleição pela primeira vez

Com 892 votos, a assistente social Marisa Barbosa Palma foi a candidata mais votada para a eleição do Conselho Tutelar. Estou honrada, agradecida e feliz com todos que me apoiaram, disse ela, que assim como as demais eleitas acompanhou a apuração no Centro da Juventude.

Além de atuação voluntária na Apae, ela também já atuou como estagiária no Núcleo de Apoio a Saúde da Família e no Hospital Santa Casa. Não esperava por esse resultado e quero honrar cada voto. Quero aprender com a rede de proteção, inclusive com os profisisonais da educação, pois a maior demanda do nosso trabalho vem das escolas, disse Marisa, que fez a campanha usando o tema Renove, vote 109.

A segunda mais votada, Zilda Modena, também é assistente social, assim como Marisa. As demais eleitas têm formação em Direito (Vilmara de Souza) e Pedagogia (Silvana Pierini e Valdirene Neves). Das atuais conselheiras, Vilmara e Valdirene foram as únicas que disputaram a reeleição. As novas conselheiras tomarão posse em janeiro para quatro anos de mandato. O salário é de R$ 3,5 mil, pagos pelo município. 

Apesar da vinculação com a Secretaria Municipal de Assistência Social por integrar a rede de proteção à criança e ao adolescente, o Conselho é considerado um órgão autônomo, não-jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos pela legislação.