Em Semana de Combate ao Feminicídio, Seaso propõe diversas ações em Campo Mourão

A Secretaria Municipal de Assistência Social (Seaso) de Campo Mourão está realizando, ao longo desta semana, a Campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio. Desde segunda (22) até esta sexta-feira (26), estão sendo realizadas ações em diferentes instituições, promovendo rodas de conversa sobre o assunto a diferentes públicos.

Ao longo da semana, os debates sobre o tema foram propostos na rede de serviços da Assistência Social, incluindo o Centro Dia de Idosos, os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) Central, Asa Leste e Lar Paraná e o Creas Pop. No Centro da Juventude, a ação está acontecendo nesta tarde.

A secretária de Assistência Social, Márcia Calderan de Moraes, enfatizou que a função da campanha é fortalecer a rede de proteção e fomentar a discussão. “Infelizmente, muitas pessoas ainda têm medo ou até vergonha de falar sobre a violência contra a mulher”, comentou.

“Então, quando a gente faz essas campanhas, vamos nas escolas, com certeza, essas crianças e adolescentes vão chegar em casa falando de violência e vamos quebrando esse tabu”, acrescentou, lembrando que os serviços e os atendimentos às vítimas de violência continuam acontecendo o ano todo, mas ações como esta impulsionam o tema.

Estudantes do Colégio Estadual de Campo Mourão participaram da roda de conversa nesta quinta-feira (25)

Campanha em instituições estaduais de ensino de Campo Mourão

Também, em parceira com o Núcleo Regional de Educação (NRE), a Delegacia da Mulher, a Polícia Militar, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e o Centro Municipal de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), duas instituições de ensino da rede estadual estão participando da campanha.

Nesta quinta-feira (25), a roda de conversa sobre feminicídio foi realizada no período da manhã e da tarde no Colégio Estadual de Campo Mourão. Uma das participantes, a responsável pela Delegacia da Mulher local, Luiza Perez Moraes, comentou sobre a relevância das discussões. “Eventos como o de hoje [quinta-feira, 25] são de suma importância, visto que segurança pública se faz por meio de prevenção e repressão aos crimes”, ressaltou.

Os temas abordados com os estudantes pela delegada foram voltados para a violência doméstica e o feminicídio. A intenção também foi proporcionar um espaço seguro para que, caso alunos estejam passando por situações dessa natureza em seus lares, procurem ajuda.

Rafaela Schmitt, que também participou representando o CMDM, salientou, com felicidade, o engajamento dos alunos sobre o assunto. “Os alunos foram bem participativos, atentos, estavam abertos a receber a nossa fala”, destacou. Ela acrescentou que essa foi uma importante maneira de levar a informação e conscientizar os jovens.

Rafaella falou que, a partir da explicação feita pela delegada Luiza, por exemplo, os alunos puderam compreender melhor os estágios da violência doméstica. “Infelizmente, a gente sabe que a violência doméstica é o último estágio para que aconteça o feminicídio. Então, precisamos mobilizar os jovens, as crianças, a sociedade como um todo para que se una pela nossa causa”, expressou.

Outras convidadas que estão tratando sobre o assunto são Greice Kelly de Oliveira de Souza Machado, representando a Polícia Militar, abordando sobre as formas de acionamento da polícia, em caso de violência, Josemary Catanio Viudes, da área de gerência da Mulher e Cidadania, falando sobre a rede de atendimento à mulher em situação de violência, Andressa Peterline, assistente social do NRE, tratando sobre a importância do tema, e a enfermeira Danielli Olinda Del Santoro, que está relatando a sua vivência com a violência doméstica e como rompeu o ciclo e seguiu em frente.

A roda de conversa seguirá, com a mesma proposta e convidadas, na manhã desta sexta-feira (26), no Colégio Estadual Ivone Castanharo. A presidente do CMDM sinalizou que as expectativas para essa ação são as melhores possíveis. “Espero que essas falas sejam proveitosas para os estudantes e que rendam frutos muito positivos, que transformem e salvem vidas”, disse.

Nos dois dias, a ideia também é construir uma “Árvore da Vida” em homenagem às mulheres vítimas de feminicídio. A iniciativa tem sido desenvolvida como forma simbólica de representar todas as mulheres vítimas desse tipo de crime e convocar a comunidade a lutar por uma sociedade igualitária e livre de violência de gênero.

A campanha encerrará com a construção de cartazes. Eles serão expostos no Centro da Juventude, no final da primeira semana do próximo mês, dando início à campanha do ‘Agosto Lilás”, de combate à violência contra a mulher.