Epidemia: Comcam ultrapassa 20 mil casos de dengue

O cenário da dengue segue cada vez mais preocupante em Campo Mourão e região com o avanço da doença. Boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), aponta para 20.406 casos na Comcam (18.658 autóctones), 30.353 notificações e 24.550 casos prováveis. Dos 25 municípios, a maioria está com o status de epidemia da doença. O atual período epidemiológico teve início em 30 de julho e segue até julho de 2024.

Em relação a semana passada, a região registrou 3.533 novos casos de dengue. Campo Mourão, com 3 mil casos, é a cidade com maior número de confirmações, seguido de Goioerê (2.283), Roncador (1.992), Iretama (1.990), Luiziana (1.879) e Araruna (1.661).

De acordo com o município, de agosto de 2023 até o momento foram feitas mais de 3 mil notificações a moradores pela Vigilância Epidemiológica. Para se ter ideia, de janeiro a março, somente a UPA e o Pronto Atendimento do Lar Paraná registraram 8.152 atendimentos de pacientes com dengue.

O aumento de casos da doença, vem sobrecarregando o Sistema de Saúde. Nas Unidades Básicas a média é de 90 atendimentos por dia de pacientes com suspeita de dengue. Conforme o último Levantamento Índice de Infestação do Aedes aegypti (Lira), realizado em março, a taxa de infestação do mosquito é de 4,30% no município. Os locais com maior índice foram os jardins Fortunato Perdoncini (12%), Santa Nilce (8,70%) e Cohapar (8,33%).

Os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti estão no lixo descartado de forma incorreta (38,60%), vasos de plantas (27,70%) e pneus (10,80%). A coordenadora do trabalho de campo, Marinalva da Luz, ressalta que o método mais eficaz de combate à dengue é eliminar os potenciais criadouros do mosquito. “Mas o poder público não dá conta de fazer isso se não tiver a colaboração da população”, observou.

Campo Mourão é uma das cidades da região em situação de emergência de dengue. Com isso, as medidas de combate foram intensificadas, inclusive, com ampliação da estratégia de atendimento a pacientes infectados pelo vírus, com contratação de mais médicos na UPA, funcionamento do PA do Lar Paraná aos sábados e domingos, além dos atendimentos nas UBS.

Casos de dengue por município

Na Comcam, os casos de dengue por cidade são: Altamira do Paraná (5), Araruna (1.661), Barbosa Ferraz (228), Boa Esperança (434), Campina da Lagoa (314), Campo Mourão (2.988), Corumbataí do Sul (44), Engenheiro Beltrão (197), Farol (83), Fênix (35), Goioerê (2.383), Iretama (1.990), Janiópolis (857), e Juranda (1.104).

Também tem confirmações as cidades de Luiziana (1.870), Mamborê (383), Moreira Sales (383), Nova Cantu (267), Peabiru (1.338), Quarto Centenário (728), Quinta do Sol (868), Rancho Alegre D’ Oeste (8), Roncador (1.992), Terra Boa (61) e Ubiratã (185).

Estado

Em nível de Paraná, são 260.517 casos confirmados de dengue. Da última semana para cá foram contabilizadas 41.472 novas confirmações. O total de óbitos chegou a 171, dos quais 85 são mulheres e 86 homens.

Dos 399 municípios, apenas quatro seguem sem confirmações de dengue: Agudos do Sul e Doutor Ulysses, da 2ª Regional de Saúde, Fernandes Pinheiro, da 4ª RS, e Santana do Itararé, da 19ª Regional. A 10ª Regional de Saúde de Cascavel é a que concentra o maior número de diagnósticos confirmados, com 35.793, seguida da 8ª RS de Francisco Beltrão (32.491), 16ª RS de Apucarana (29.565), 17ª RS de Londrina (25.030), 15ª RS de Maringá (22.868) e 11ª RS de Campo Mourão (20.406).

Zika e Chikungunya

O Aedes aegypti também é responsável pela transmissão da zika e chikungunya. Durante o atual período epidemiológico não houve confirmação de casos de zika. São 109 notificações e nenhum caso ou óbito confirmado. O novo boletim registrou 11 novos casos de chikungunya, somando 115 confirmações da doença no Estado. Do total, 73 são autóctones e 28 considerados importados. Desde o início do atual período epidemiológico foram registradas 1.304 notificações.

Dengue

A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, variando desde casos assintomáticos a quadros graves, inclusive óbitos. Nos casos sintomáticos pode apresentar três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação.

A primeira manifestação é a febre, geralmente acima de 38ºC, de início súbito e duração de dois a sete dias, associada à cefaléia, cansaço, mialgia, artralgia, dor retro-orbitária ou exantema. Com o declínio da febre, entre o terceiro e sétimo dia do início dos sintomas, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente.

No entanto, alguns podem evoluir para a fase crítica da doença, iniciando com sinais de alarme. A dengue pode evoluir para remissão dos sintomas, ou pode agravar-se, exigindo constante reavaliação e observação, para que as intervenções sejam oportunas e os óbitos não ocorram. Os principais sintomas da doença são: Febre alta (38.5ºC), dores musculares intensas,
dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.