Especialista orienta para cuidados com doenças respiratórias na primavera

Passado pouco mais de um mês do início da primavera, instituições e profissionais de saúde seguem alertando a população sobre os cuidados para se evitar doenças respiratórias. Isso porque muitas delas são provocadas ou intensificadas pelo alto índice de pólen presente na estação.

A Sesa (Secretaria Estadual da Saúde) informa que, conforme dados do Sisab (Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica), de janeiro até agosto deste ano mais de 87 mil pessoas receberam atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde) do Paraná para o tratamento da asma (52.380) e rinite (35.366). Em 2022, chegou a 57.847 o número de pessoas que procuraram atendimento individual em decorrência da rinite e 47.127 para a asma.

De acordo com a própria secretaria e especialistas da área, a tendência é haver um aumento dos casos durante a primavera. “Essa época do ano aumenta bastante os casos de índices alérgicos, principalmente em transição de inverno e primavera, com bastante queda de folhinhas, de pólen. Então, para quem tem uma incidência propensa a quadros alérgicos, acaba descompensando bastante”, explica o médico Regis Pereira Pacheco, pneumologista em Campo Mourão.

Segundo Pacheco, os quadros mais frequentes são rinite e asma. Além da chegada da primavera, o médico explica que o tempo seco contribui para a intensificar essas doenças. No entanto, ele lembra que os altos índices de chuva registrados nas últimas semanas têm ajudado no aumento da umidade do ar e redução de alguns casos.

“Até um tempo atrás estava bem mais complicado, um tempo mais seco, umidade do ar muito baixa, isso favorece muito mais também o risco de infecções virais. Mas, agora, com a melhora do clima, tende a ter um controle melhor”, diz, comentando que já pôde perceber maior controle nos quadros clínicos de alergia de pacientes dele e uma diminuição na procura por esses casos.

Apesar do clima mais favorável na região, o pneumologista ressalta a necessidade de manter os principais cuidados para se ter um controle adequado. Segundo ele, os principais são: manter uma boa hidratação, fazer o controle de ambiente, mantendo a residência bem ventilada, trocar constantemente roupa de cama, sobretudo para quem tem alergias a ácaros, evitar exposição à fumaça e usar umidificador de ar no quarto, se possível.

Pacheco esclarece, ainda, que os sintomas das crises de alergia são bastante característicos. “Espirros frequentes, coriza, rinorreia, tanto prurido nasal quanto ocular, que também pode acontecer, e aqueles casos associados com a parte de pele também, como coceira na pele, às vezes, aquela sensação de pigarra, dor de cabeça, sensação de que o ouvido está tampado”, explica.

O que preocupa os profissionais de saúde é que, na presença de algum desses sintomas, muitas pessoas ainda acabam se automedicando. Pacheco alerta para o fato de que a intervenção de um médico da área é fundamental, porque podem ter casos específicos que devem ser considerados, avaliando os fatores ambientais e de risco, para se chegar à melhor forma de controle dos sintomas. “Diante desses sintomas, o ideal é procurar uma avaliação com um especialista, um pneumologista ou um otorrinolaringologista, e ver a melhor opção para o tipo de tratamento indicado a cada paciente”, orienta.