“Estamos chegando ao caos”, diz médico da Santa Casa
O número de pacientes hospitalizados com Coronavírus na Santa Casa, em Campo Mourão, o aumento de casos todos os dias em contraponto com o número de leitos e profissionais para o atendimento já pode ser considerado que a saúde está chegando ao “caos”. Essa é a avaliação do diretor técnico, Renato Schmitz Gibim.
“Esta segunda onda está pior que a primeira, quando a gente teve uma folga de leitos. Agora os leitos que conseguimos adicionar não tem dado conta. A gente coloca os leitos e imediatamente eles são preenchidos. A situação é de caos, pois parece que estamos vivendo uma mentira, com dezenas de pessoas passando mal, precisando de ajuda e a gente não tem como ajudar todos”, analisou o médico em entrevista à TV Carajás.
Com a UTI Covid lotada e cada dia mais casos tanto em Campo Mourão quanto em todo o Estado, a previsão do médico é pessimista. “Não temos capacidade para atender hoje, imagine daqui um mês, depois das festas de fim de ano. A tendência é piorar. A gente tenta fazer uma reserva de medicação, contratar mais profissionais para ir ampliando, já prevendo a piora, mas está difícil”, desabafa.
Ele reforça sobre as medidas de prevenção. “Ninguém mais aguenta ouvir falar do tanto que já foi divulgado sobre os procedimentos de prevenção, mas muitas pessoas não observam. A gente vê pessoas andando tranquilamente na rua, frequentando bares e lanchonetes sem máscaras”, pondera.
O diretor lembra que a Santa Casa e o município de Campo Mourão não são “donos” dos leitos SUS-Covid, mas sim o governo do Estado. “Se abrirmos mais vagas e o Estado mandar pacientes de outras cidades temos que atender”, explica. Na quinta-feira (17), uma mulher de 96 anos morreu vítima da doença, elevando para 53 o número de óbitos em Campo Mourão.
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