Falta de interesse de candidatos a vereador em apresentar propostas preocupa Observatório Social

Apenas 21 dos 190 candidatos a vereadores de Campo Mourão, o equivalente a 11%, apresentaram suas principais propostas solicitadas pelo Observatório Social do município. Os candidatos concorrem a uma das 13 vagas ao Legislativo. As eleições serão realizadas no dia 15 de novembro. A falta de interesse e compromisso dos postulantes preocupa a presidência da entidade. 

Por meio de carta enviada à direção de todos os partidos com nomes à disputa, o Observatório solicitou as cinco principais propostas de cada um dos candidatos. Porém a minoria respondeu até o momento.  O que chama a atenção, é que nenhum dos 12 atuais parlamentares que disputam a reeleição enviaram propostas. 

Os candidatos que responderam as cartas, segundo o Observatório Social, foram: Alexandra Dunin, André Huben, Claudemir Macedo de Souza, Claudio Monteiro da Silva, Clotilde Wencel, Cristiano Roza, Francieli Hoana Messias, Gabriel Stempiak, Gilberto Vieira Marques, Jair Elias, Joel Oliveira de Souza, Lucas Luiz Pereira, Marcio Nogaroli, Marcos de Souza, Maristela Goettel, Marllon Dionizio de Oliveira, Michel Matsumoto, Márcio Berbet, Regina Santos, Vandira Lino e Wagner Szpak.

Além disso, conforme o Observatório, poucos candidatos a vereadores assinaram o termo de compromisso com a comunidade preparado pelo órgão. No documento constam 30 compromissos dos concorrentes com a comunidade. 

Dos 190 concorrentes, apenas 46 assinaram o documento, o equivalente a apenas 24%. Outros seis candidatos procuraram a entidade após o prazo para firmar o compromisso. A lista atualizada pode ser consultada no site e também no facebook do OBS/Campo Mourão.

A falta de interesse e compromisso dos concorrentes preocupa a presidente do Observatório, Carolina Sequinel. “A gente não sabe se estas pessoas que não nos enviaram realmente não têm propostas condizentes ou não estão interessadas que a população saiba de suas propostas. Não vejo lógica nisso”, afirmou à TRIBUNA, ao comentar que os candidatos deveriam aproveitar o espaço, que é gratuito. “É muito preocupante a gente chegar a achar que pessoas não estão interessadas que a população saiba de suas propostas”, ressaltou. 

Segundo Carolina, as propostas dos candidatos serão divulgadas no site e facebook do Observatório Social para acesso da população. Os endereços são: https://www.facebook.com/OSdeCampoMourao e https://campomourao.osbrasil.org.br/. Nos próximos dias, o Observatório Social disponibilizará também em seu site uma cartilha com recomendações aos eleitores para orientar na escolha do candidato a vereador.

Outro lado
A candidata a vereadora pelo DEM, Roberta Serato, que não assinou o termo de compromisso com propostas elaboradas pelo Observatório Social, encaminhou uma carta à TRIBUNA, enviada no dia 13 de outubro ao órgão justificando a negativa. 

Segundo ela, alguns tópicos estão ‘conflituosos com a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da Câmara Municipal’. “Assim entendo que seria um ato demagógico de minha parte, assinar a minuta nos exatos termos que se apresenta”, justificou Roberta em carta. 

“Sendo assim, cumprirei o compromisso que os vereadores eleitos fazem na sessão de posse, cumprindo a Constituição Federal, a Constituição Estadual, e a Lei Orgânica Municipal (…). Declaro ainda que farei cumprir e cumprirei principalmente os princípios da moralidade, publicidade e eficiência”, emendou.

Quem também procurou a TRIBUNA foi o vereador Professor Cícero (PT), que disputa a reeleição. Ele disse que não recebeu o documento do Observatório Social. “Mesmo estando a ocupar o cargo legislativo e todos os meus contatos online e de telefones sendo públicos, a entidade não me encaminhou esse documento e nem o partido tomou contato com esse documento no qual a natureza seria que assinássemos”, falou ele. 

O parlamentar disse ainda que só tomou conhecimento do documento nessa terça-feira (20), após uma colega encaminhar a ele. “Ao ler esse documento, vejo vários pontos que são divergentes e conflituosos e que deveriam ser melhores redigidos ou debatidos. Além disso, existem itens no documento que inclusive nem se aplica a realidade da nossa Câmara de Vereadores, como é o caso da utilização de carros do poder legislativo. Nossa Câmara não possui carros para uso dos vereadores ou do presidente da Câmara”, destacou.