Finados aquece o trabalho em marmorarias, pedreiros e floriculturas de Campo Mourão

A proximidade do Dia de Finados, comemorado no dia 2 de novembro, marca o período de maior movimento do ano para marmorarias, pedreiros e floriculturas de Campo Mourão. Com o fim do prazo da prefeitura para reformas e construções de túmulos no Cemitério Municipal São Judas Tadeu, que vence no dia 30 de outubro, a demanda pelos serviços disparou — em alguns casos, o aumento chega a 60%.

Segundo o empresário Claudecir Ramos, sócio-proprietário de uma marmoraria da cidade, o mês de outubro é considerado a “safra do setor”. “Em períodos normais, fazemos de três a cinco túmulos por mês. Neste outubro, já passamos de 15. É o melhor período do ano para nossa atividade”, relata.

Além da confecção e venda de lápides, as marmorarias também executam as obras diretamente no cemitério. Os preços variam conforme o tamanho e o material do jazigo — túmulos simples custam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, enquanto os modelos mais elaborados podem chegar a R$ 7 mil. O granito segue como o material mais procurado.

Além da venda de flores avulsas, empresária do ramo investe na arrumação de arranjos diretamente nos túmulos no Dia de Finados

Pedreiros têm trabalho triplicado

Quem também aproveita o aquecimento do setor são os pedreiros que atuam no local. O trabalhador Elias de Lima, com vários anos de experiência, afirma que o volume de trabalho sempre aumenta nesta época do ano. “Muitos contratam de última hora. Este ano está mais devagar, mas os pedidos aumentaram em relação a outras épocas”, conta. De acordo com ele, uma carneira simples custa entre R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00.

Para realizar obras ou reformas, o titular do jazigo deve assinar uma autorização junto à administração do cemitério. O pedreiro responsável também precisa se comprometer com a limpeza do local após o término do serviço.

“É obrigatório deixar tudo limpo, inclusive se sujar o túmulo vizinho”, explica Janete Iori, responsável pela administração do Cemitério Municipal.

A prefeitura também executa melhorias no espaço: pintura de muros, limpeza de ruas, roçadas e reparos nos banheiros. O prazo para obras e reformas termina no dia 30, enquanto pinturas e ornamentações podem ser feitas até 31 de outubro. No Dia de Finados, é proibida qualquer obra no interior do cemitério.

O pedreiro Elias de Lima (foto), que há vários anos atua no segmento, é outro que aproveita o momento

Floriculturas também lucram com a data

Outro setor que se aquece é o das floriculturas, que registram aumento superior a 70% nas vendas. Muitas empresas até ampliam a equipe de atendimento e oferecem serviço de ornamentação diretamente nos túmulos.

A empresária Micalina Lachowski Silveira conta que a demanda já aumentou significativamente desde o início do mês. “Além das vendas na loja, levamos as flores e deixamos o túmulo pronto para o Dia de Finados. O cliente chega e já encontra tudo enfeitado”, explicou, referindo-se aos arranjos produzidos pela empresa.

Segundo a empresária, os arranjos prontos custam até R$ 350, enquanto vasos normais partem dos R$ 10,00. “Tudo vai depender da variedade de escolha do cliente”, afirmou, ao alertar que quem deixa para a última hora corre o risco de não encontrar flores “boas”.

Este ano, informou Micalina, houve o aumento de venda de flores de seda, já que esse tipo de material resiste por mais tempo nos túmulos. “Temos flores e serviços para todos os gostos”, garantiu a empresária, ao prever que, até o Dia de Finados, as vendas em sua floricultura aumentem mais de 80%.

Com o risco de proliferação da dengue, a administração do cemitério recomenda evitar vasos que acumulem água.

Tradição e movimento

O Cemitério Municipal São Judas Tadeu deve receber cerca de 15 mil visitantes na véspera e no Dia de Finados, conforme estimativas da administração. A data reforça uma tradição cultural que une fé, memória e homenagem, movimentando a economia local e gerando renda para diversos setores.

“É uma época de muito trabalho, mas também de muito significado. Cada túmulo, cada flor, é uma forma de lembrar com carinho quem partiu”, resume o pedreiro Elias de Lima.