Há poucos meses antes de encerrar, contrato entre Incam e Santa Casa pode não ser renovado

O contrato entre o Incam (Instituto do Câncer de Campo Mourão) e o Hospital Santa Casa encerra no dia 31 de maio deste ano. Porém, é possível que ele não seja renovado. É que, até o momento, a diretoria do hospital não procurou o Incam para informar se tem interesse ou não em continuar com a parceria.

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Caso o contrato não seja renovado, toda a administração e equipe do instituto, que é separada da Santa Casa, vai ter que se retirar do espaço. A diretora administrativa do Incam, Vera Cristina Carvalho Rodrigues Ferreira, explicou os caminhos possíveis, caso isso aconteça. “A Santa Casa, se for do interesse dela, entra administrando o Incam ou serão contratados novas pessoas, médicos, entidades, para gerir o instituto”, disse.

Atualmente, no município, é a Santa Casa que tem a concessão para oferecer um serviço de oncologia. A diretora explicou que, quando o Incam foi construído, em 2004, era permitido que tivesse uma clínica oncológica isolada, ou seja, sem ter ligação com um hospital. No entanto, em 2009, foi editada uma portaria, estabelecendo que não seria mais possível haver clínicas isoladas de hospitais. Desde então, a Santa Casa passou a ser um hospital regional para poder receber esse serviço, que é considerado de alta complexidade.

Repasse de verbas

Santa Casa e Incam são empresas independentes. Por isso, contratações, salário dos funcionários, medicamentos, fornecedores e demais necessidades são providenciadas de forma separada. Isso porque os serviços oferecidos nos dois ambientes também são distintos.

As verbas para o instituto, segundo Vera, são destinadas pelo governo federal, estadual e municipal. No entanto, como elas também vão para a Santa Casa, devidamente nominadas para cada finalidade, é a instituição hospitalar tem a função de repassar o que for destinado ao Incam. Acontece que o instituto não tem recebido essa verba há alguns meses.

“Nós estamos com muitos valores atrasados vindos da Santa Casa”, ressaltou, destacando que a manutenção para todo o funcionamento da oncologia é cara. “Quando o repasse atrasa, a gente sofre, mas, quando ele não vem, como aconteceu em janeiro – eu vou para a segunda folha de pagamento sem ter recebido –, é difícil. Estamos com dificuldades para trabalhar”, frisou. Uma das grandes preocupações, segundo a diretora, é faltar medicação, pois não está sendo possível fazer estoque.

Serviço oferecido no Incam

O Incam recebe pacientes para tratamento de quimio e radioterapia, não sendo, portanto, feitos internamentos. Assim, quando um paciente precisa ser internado, é encaminhado inicialmente à Santa Casa, e não ao instituto. Além disso, no serviço de oncologia, também não são feitas consultas.

“O paciente sai da Upa ou da cidade que está, vem para a Santa Casa, é encaminhado por um médico desse lugar e vem para o Incam”, disse, ao esclarecer que todos os procedimentos anteriores à descoberta de um câncer, por exemplo, são feitos pelo hospital, inclusive cirurgias, e o paciente só é encaminhado ao instituto ser for diagnosticado o câncer para tratamento.

A partir do momento que um paciente decide fazer tratamento no Incam, ele passa a ser acompanhado pelo resto da vida pela clínica, ao menos, uma vez por ano, mesmo que já tenha sido curado. Assim, já passaram cerca de 5 mil pacientes pelo instituto; desses, 500 ainda estão em tratamento atualmente.