Igreja Católica celebra a paixão e morte de Cristo nesta Sexta-feira Santa

Com orações, jejum e silêncio, a Igreja Católica reúne seus fiéis hoje para celebrar a Sexta-feira Santa ou Paixão de Cristo, como é conhecida. Neste dia, os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos. Desde o último domingo (13), as paróquias de Campo Mourão seguem com suas programações especiais.

Na Igreja Católica, este dia pertence ao Tríduo Pascal – celebrações que ocupam três dias, quinta-feira, sexta-feira e sábado – o mais importante período do calendário litúrgico. A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, sendo o único dia em que não se celebra a Eucaristia. Por conta disso, se recolhe no silêncio. Ou seja, sem a realização de missas.

No município, as paróquias iniciaram na noite dessa quinta-feira, após missa da Instituição da Eucaristia e Lava-Pés, a adoração do Santíssimo Sacramento, que prossegue até o sábado (19), à noite, quando inicia a Vigília Pascal. A Instituição da Eucaristia recorda a última Ceia de Jesus. Essa missa começa, mas não termina, pois o padre não faz a bênção final. Em vez da bênção, sacerdote e assembleia saem em silêncio e o Sacrário fica vazio. O Santíssimo Sacramento é transladado para outro local. Na maioria das igrejas, é comum as pessoas passarem a noite em vigília.

Na Catedral São José, nesta sexta-feira, às 5 horas da madrugada, foi celebrada a Via Sacra e às 15 horas acontecerá a cerimônia da “Paixão do Senhor”. Este é o horário em que Jesus foi morto. A celebração consta de três partes: liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão Eucarística. Em seguida, será realizada a Procissão do Senhor Morto.

No sábado (19), às 19h30, será celebrada a Missa da Vigília Pascal. O Sábado Santo, ou da Aleluia, é considerado o ápice da celebração com a vigília, chamada pela igreja de ‘vigília da ressurreição’. “Se pudéssemos dizer que existe uma solenidade mais importante da igreja, é essa do Sábado Santo. Porque a Páscoa significa passagem da escravidão para a vida. E Jesus refaz essa passagem da escravidão da morte para a vida”, comentou o padre Wesley, responsável pela condução das celebrações.

Único dia sem missa

A Sexta-feira Santa é o único dia do ano em que a Igreja Católica não celebra nenhuma missa – em todos os outros dias, inclusive da própria Semana Santa, as celebrações acontecem normalmente. De acordo com a tradição cristã, a data religiosa que relembra a crucificação de Jesus Cristo deve ser marcada pelo silêncio, justamente pela morte de Jesus.

Segundo os ensinamentos católicos, o dia é reservado para a reflexão dos católicos, que aproveitam a oportunidade para agradecer a Jesus Cristo enquanto se aguarda a celebração da ressurreição na Páscoa. Ou seja, para os católicos, o dia é marcado pelo silêncio da morte de Cristo, um dia reservado para a reflexão a Deus.

Marcada pela conversão, a Páscoa é o momento mais tradicional no calendário litúrgico

A Páscoa é considerada o momento mais tradicional do calendário litúrgico dos cristãos. Celebrada ao fim da Quaresma, após 40 dias de penitências, orações e jejum, a Páscoa é marcada pela conversão. De acordo com a Igreja, a Quaresma é a revisão da vida, momento em que o cristão deixa o pecado para trás para viver a Páscoa.

Os símbolos atribuídos à data também remetem à conversão. Nas celebrações litúrgicas, tem o círio pascal, para recordar a luz e mostrar que Deus vence as trevas. O ovo é utilizado para recordar a vida, pois, a partir dele, é gerada a vida. Ele foi tomado pela tradição, e se utilizam, hoje, o chocolate e o coelho, que representa fertilidade.

Atualmente, não é muito utilizado, mas o girassol também é um símbolo, pois é uma flor que está sempre voltada para a luz, representando o fiel que deve estar sempre voltado para Deus.