Infestação elevada do Aedes, deixa Campo Mourão com alto risco de epidemia de dengue

A Secretaria Municipal da Saúde de Campo Mourão ligou o alerta. Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (Lira) divulgado pela Vigilância Epidemiológica apontou um índice geral de 6,71%. O número está bem mais alto do que o índice aceitável pelo Ministério da Saúde: 1%. Além disso, a situação deixa o município com alto risco de epidemia de dengue.

“Dentro dos parâmetros do Ministério da Saúde, é um número alto, que nos coloca numa situação de alerta para uma possível epidemia”, ressaltou a coordenadora dos trabalhos de campo, Marinalva Ferreira da Luz.

De acordo com o Lira, das 40 localidades analisadas, em 25 o índice ultrapassou 4 %, o que é considerado alto risco. As situações mais críticas foram constatadas nos seguintes bairros: Jardim Pio XII (14,71%), Paulino-Parque Industrial (13,64%) e Cidade Nova (12,73%).

Conforme o Lira divulgado, em apenas 9 localidades não foram encontradas infestações. Conforme a Saúde, a maioria dos focos foi constatada no lixo reciclável em quintais de residências. “Os números mostram que grande parte da população não está fazendo o dever de casa. Mesmo com o trabalho diário dos nossos agentes, tem aumentado os casos e se a comunidade não colaborar o poder público sozinho não dá conta”, lamentou Marinalva.

Ela explicou que o índice de infestação é obtido a partir dos resultados das amostras analisadas em laboratório e serve de base para o trabalho de combate ao mosquito. Só este ano já foram registrados 85 casos de dengue no município e vários casos suspeitos.

Em recente entrevista à imprensa, o secretário de Saúde de Campo Mourão, Sérgio Henrique dos Santos, já havia alertado sobre o risco de a cidade enfrentar uma epidemia da doença devido a grande quantidade de focos encontradas em diversas regiões. Informou na ocasião, que havia inclusive morador já internado na Unidade Pronto Atendimento (UPA), tratando de dengue.

A preocupação é que a cidade volte a viver a epidemia de 2019, uma das piores da história. Na ocasião, o município teve 1.169 moradores infectados pelo vírus. No início deste mês o município retomou as caminhadas ecológicas para recolher materiais recicláveis que podem servir de criadouros do mosquito. Os trabalhos vêm sendo priorizados em bairros onde a situação é mais crítica.

A transmissão da dengue acontece através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, que provoca sintomas como dor nas articulações, no corpo, na cabeça, náuseas, febre acima de 39ºC e manchas vermelhas no corpo.

As picadas pelo mosquito da dengue acontecem geralmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde, especialmente na região das pernas, tornozelos ou pés. Além disso, a sua picada é mais comum durante o verão, sendo por isso recomendado usar repelentes no corpo e inseticidas na casa, para proteção. A prevenção da dengue pode ser feita com práticas simples que evitam, principalmente, a reprodução do mosquito transmissor, através da eliminação de objetos que acumulem água parada como pneus, garrafas e plantas.