Integrado: Estudo global vai analisar mudanças nas relações de trabalho

Quais são as principais vantagens e desvantagens dos trabalhadores que atuam como motoristas de aplicativos, que fazem entregas pontuais, que prestam diferentes serviços de curta duração e sem carteira de trabalho assinada? Esse é o principal questionamento de um estudo global intitulado “Economia Sob Demanda na União Europeia: Implicações Jurídicas, Econômicas, Socioculturais e Políticas” que será realizado ao longo dos próximos três anos pela União Europeia e terá recortes em diferentes países e continentes; incluindo o Brasil.

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A pesquisa vai analisar a chamada Gig Economy [economia sob demanda], que é uma tendência mundial em expansão e abrange aqueles que deixaram o ambiente estável dos escritórios para conduzir a própria carreira. O estudo vai explorar possíveis medidas regulatórias que possam ser adotadas como melhores práticas em outras regiões.

Dentre os atrativos da Gig Economy estão a possibilidade de obter maiores salários, estipular o próprio valor da hora profissional e ter o controle da carga horária. Contudo – por não haver vínculo formal empregatício – o trabalhador não tem direito a receber benefícios como férias, 13º salário, vale-transporte, ticket alimentação e plano de saúde. O equilíbrio entre os benefícios e os danos dessa nova ordem mundial trabalhista é o centro do estudo.

Curso gratuito e online de Gig Economy

No Brasil, um recorte da pesquisa será conduzido pelo Centro Universitário Integrado, que fica no município de Campo Mourão, no Noroeste do Paraná. A instituição recebeu um subsídio de 30 mil euros – concedido pelo programa de estudos e intercâmbios Erasmus 2023 – e a quantia será utilizada para a realização de um curso de economia – gratuito e online – e levantamento de dados entre os anos de 2024 a 2026.

Inscrições abertas

Os interessados podem se inscrever pelo site https://gigeconomy.grupointegrado.br/ Para participar, basta ter uma graduação completa ou em andamento. Serão oferecidas apenas 50 vagas e o curso será realizado de março a agosto deste ano. As aulas remotas serão às sextas (noite) e sábados (manhã) e começam em 8 de março. Em setembro haverá um evento de encerramento e a entrega dos certificados.

O curso terá 112 horas de ensino, 12 módulos [com tradução simultânea em português] e os materiais serão em inglês, português e espanhol. Serão 4 professores brasileiros e 4 estrangeiros (Itália, México, Portugal e Rússia). Todos os docentes têm doutorado e experiências internacionais.

Também haverá ações de pesquisas, que vão resultar em até três publicações científicas em revistas acadêmicas nacionais e internacionais, que contribuirão com a pesquisa global da União Europeia.

“Esse é um ganho enorme para entender essa nova realidade do trabalho, uma vez que qualquer interessado do Brasil – que atende aos critérios exigidos – pode participar desse curso gratuito e de maneira online”, explica Fabrício Pelloso, head de Inovação e coordenador do Núcleo de Empreendedorismo, Pesquisa e Extensão do Centro Universitário Integrado.

A segunda e a terceira turma dessa formação online acontecem em 2025 e 2026, também com 50 vagas disponíveis em cada ano.

Banco de dados compartilhados

Com essas atividades, a instituição de ensino brasileira vai ajudar a desenvolver um banco de dados de código aberto – que poderá ser visualizado, baixado, modificado, distribuído e utilizado – com informações sobre práticas locais de economia sob demanda.

Os dados e conclusões destas interações vão se tornar fontes para a criação de políticas públicas acertadas, dentro dos valores que envolvem o respeito pela dignidade humana, a liberdade, a democracia e a igualdade. Os resultados dessas pesquisas estarão na plataforma do projeto Erasmus. Neste local, o público poderá acessar uma exibição completa das informações e ver o conteúdo.