Jovem pesquisadora da UTFPR de Campo Mourão é selecionada para premiação nacional
A jovem pesquisadora Maria Fernanda Giugiolli, de 22 anos, estudante do 9° período do curso de Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus de Campo Mourão, foi selecionada para representar todos os campi da instituição na 22ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica do CNPq.
Com a pesquisa de Iniciação Científica intitulada “Identificação de adulterações em óleo de chia empregando ressonância nuclear magnética no domínio do tempo”, orientada pelo professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos (PPGTA) Evandro Bona e coorientada pela doutoranda Patrícia Casarin, a estudante concorrerá com pesquisadores de todo o Brasil na premiação nacional.
Com uma trajetória construída com muita paixão pela ciência, marcada por dedicação e aprendizado constante, mas não isenta de desafios, Maria Fernanda vê a nomeação como representante da instituição em que estuda como uma valorização de seu esforço diário e do desejo que tem de contribuir com soluções que realmente fazem a diferença na vida das pessoas.
“A indicação para a 22ª edição do Prêmio do CNPq representa uma conquista importante na minha trajetória como pesquisadora. Ser indicada é um reconhecimento valioso do trabalho que venho desenvolvendo, com foco na segurança e autenticidade dos alimentos”, afirmou a jovem cientista.
Bona explicou que todos os estudantes de Iniciação Científica da UTFPR participam de um seminário anual para apresentar seus trabalhos, momento também destinado à seleção interna dos alunos que representarão a universidade na premiação nacional do CNPq.
“Na modalidade iniciação científica, são escolhidos três representantes, um para cada uma das três áreas da premiação. O trabalho da Maria foi escolhido para representar a área de Ciências da Vida. Agora a Maria estará concorrendo com os demais representantes de todas as universidades brasileiras que foram indicados nessa mesma área”, disse o docente.
A graduanda concorrerá a R$ 10 mil mais uma bolsa de mestrado no país, com prazo de início de 24 meses, contados a partir da data da cerimônia de entrega do prêmio, prevista para o mês de julho deste ano, na Universidade Federal Rural de Pernambuco, em Recife (PE), durante a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Passagens aéreas e hospedagem serão custeadas pelos organizadores.
Uma comissão julgadora do CNPq, composta por cinco membros em cada categoria, escolherá as pesquisas premiadas por meio dos relatórios apresentados no ato da inscrição.
A pesquisa
A pesquisa teve como objetivo detectar fraudes no óleo de chia. “Meu projeto utiliza a ressonância magnética nuclear para detectar adulterações em óleo de chia, demonstrando como tecnologias avançadas podem ser aplicadas de forma inovadora para garantir a qualidade dos alimentos”, contextualizou Maria Fernanda.
O estudo foi realizado por meio de uma parceria entre a UTFPR e a empresa Fine Instrument Technology, de São Carlos (SP). Para os testes, o óleo de chia puro foi misturado com óleos de soja, milho e girassol. As amostras foram analisadas em um equipamento de ressonância magnética de baixo campo, permitindo uma análise direta, rápida e de baixo custo.
Depois, foram usados modelos de aprendizagem de máquina (IA) para identificar e quantificar as adulterações. “As fraudes em alimentos são mais comuns do que possamos imaginar”, afirmou Bona.
“No caso específico do óleo de chia, por ser um óleo rico em ômega 3, ele possui um alto valor agregado. Nos produtos fraudados, esse óleo é substituído por óleo de soja, por exemplo, que é muito mais barato. Além do consumidor acabar pagando caro por um produto adulterado, não terá os mesmos benefícios de estar consumindo um óleo de chia puro”, elucidou o professor.
Com o desenvolvimento de metodologias confiáveis, rápidas e de baixo custo, é possível que agências regulatórias exerçam maior controle, prevenindo fraudes financeiras e riscos à saúde dos consumidores.
Bona também orienta outros projetos na graduação e pós-graduação por meio de um projeto maior voltado à identificação de adulterações em alimentos.