Maio ainda é o ‘mês das noivas?’ Assessora de eventos avalia
Maio está finalizando. Mas ainda há tempo de “desvendar” uma curiosidade sobre o mês: será que ele ainda é considerado o tradicional “mês das noivas”? A assessora e cerimonialista de eventos Aline Angeli falou à TRIBUNA sobre as experiências que ela vem tendo nos últimos anos e avaliou as mudanças que o ramo de casamentos e eventos em geral vem passando.
Fato é que, conforme a realidade da profissional na atuação dela em eventos em Campo Mourão e região, outros meses vêm sendo bastante procurados ultimamente, principalmente abril, setembro e outubro. Mas isso não quer dizer que deixaram de existir casamentos em maio.
“Os eventos não acabaram em maio e não vão acabar. Teve uma diminuição, sim, as pessoas também optam por outros meses, mas é uma adaptação”, falou, ao analisar que essa mudança tem como maior peso a questão financeira, ou seja, para redução de custos.
Este mês sempre foi bastante procurado para a realização de eventos, entre eles, principalmente, os casamentos. Em função disso, o custo de flores, demais materiais e mão de obra acabam encarecendo nesta época do ano.
Clima mais ameno, disposição de variedade de flores para arranjos de decoração, menores índices de chuva no outono, mês de consagração de Maria, mãe de Jesus (principalmente para católicos) são alguns dos motivos que levaram maio a ser considerado o mês mais propício do ano para a realização de casamentos no país durante muito tempo.
No entanto, tudo isso que, para muitos, era considerado vantagens passou a ser abalado com a pandemia de Covid-19, que atingiu o mundo todo. Durante esse período, com as restrições de aproximação social no auge da pandemia, em 2020, e principalmente após, o ramo de eventos, incluindo casamentos, vem passando por um grande movimento. Com isso, o mês “queridinho” dos noivos também foi impactado.
Impactos da pandemia na realização de casamentos
Segundo Aline, custos ainda mais elevados passaram a ser percebidos após a pandemia de Covid-19, que abalou grandemente o setor. Para agravar a situação, sobretudo em 2020, a profissional teve 37 eventos adiados durante o período pandêmico, por exemplo.
Tais festas só puderam ser realizadas a partir do ano seguinte, em 2021, com diversas restrições, como a necessidade de redução da lista de convidados e o uso de máscaras. “O meu primeiro evento adiado em dois mil e vinte foi o último que entreguei em dois mil e vinte e três”, exemplificou. Com isso, todos os fornecedores precisaram se adaptar a essa nova realidade e ajustar as agendas.
Quando se fala em casamentos ou outros eventos sociais, são necessários uma média de 15 segmentos de fornecedores distintos, conforme explicou a cerimonialista. “A gente teve que ter muita paciência, cautela, conversa”, comentou, ao acrescentar que, nesse momento de instabilidades, foi necessário, inclusive, empatia mútua.
Esse cenário impactou, até mesmo, a configuração das festas. “Com isso, os eventos diminuíram o porte”, disse. Para se ter ideia, eventos considerados de pequeno porte tinham aproximadamente 200 convidados. “Hoje, o nosso evento grande é nessa média de cento e cinquenta e duzentos convidados”, enfatizou.
Essa necessidade, conforme a promotora de eventos, também levou os anfitriões das festas a darem mais valor às pessoas mais próximas, entre familiares e amigos. Além de a assessora perceber esse novo cenário nos eventos que atende, em trocas de experiência com colegas do ramo de outras regiões do Brasil, é possível notar que esse movimento vem ocorrendo em diversos estados do país. “A cada ano que passa, a gente vem percebendo essa mudança e justamente pelo custo mais elevado dos materiais e insumos”, avaliou.
Apesar das instabilidades e incertezas que predominaram há alguns anos, isso também impulsionou mudanças que tendem a contribuir com o ramo. “Hoje a gente está num novo cenário, com outras propostas, em uma nova fase. Acho que, de uma maneira geral, os fornecedores se veem começando de novo, porque mudou muita coisa”, ponderou.
Mercado de casamentos pós-pandemia
Aline frisou que, embora a pandemia tenha provocado diversas perdas, tanto financeiras quanto de entes queridos, também fomentou mudanças significativas na área de eventos. Atualmente, o mercado está aquecido e com muitas novidades, conforme adiantou.
“Tem um cenário lindo, muito bom vindo, tem muita coisa legal acontecendo”, revelou Aline, que, no momento da entrevista com a equipe de reportagem da TRIBUNA, estava, inclusive, no intervalo de um curso em São Paulo, em busca atualizações e aperfeiçoamento na área.
As cerimônias e festas ao ar livre, por exemplo, têm ganhado destaque. Mas, entre as principais novidades, a assessora ressaltou tendências na era digital que prometem ser adaptadas e incluídas nos casamentos. “Isso também nos dá uma esperança muito boa de que as coisas estão melhorando”, falou, aliviada.