Mesmo com seca, casos de dengue aumentam na região e preocupa Saúde

Nem mesmo a estiagem prolongada está ‘freando’ a dengue na região de Campo Mourão. Calor e água abundante são cenários ideais para proliferação do o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Porém, mesmo com o tempo seco, os casos seguem aumentando.

Conforme o boletim quinzenal divulgado pela Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa-PR), nas duas últimas semanas, o número de casos saltou de 35 para 41 na Comcam. Ou seja, 6 novas confirmações. As notificações somam 301.

As cidades com casos confirmados de dengue são: Barbosa Ferraz (7); Campina da Lagoa (1); Engenheiro Beltrão (1); Iretama (5); Mamborê (1); Moreira Sales (6); Peabiru (3); Quinta do Sol (1); Roncador (2); Terra Boa (5); Ubiratã (9). O atual período de monitoramento começou em agosto deste ano e seguirá até julho de 2021.

Na Comcam, 22 dos 25 municípios têm notificações da doença: Araruna (3); Barbosa Ferraz (57); Boa Esperança (2); Campina da Lagoa (1); Campo Mourão (10); Corumbataí do Sul (9); Engenheiro Beltrão (4); Farol (1); Fênix (5); Goioerê (28); Iretama (6); Juranda (11); Mamborê (7); Moreira Sales (28); Peabiru (9); Quarto Centenário (2); Quinta do Sol (7); Rancho Alegre D’Oeste (3); Roncador (32); Terra ao (27); e Ubiratã (44). Apenas Janiópolis; Luiziana e  Nova Cantu, não têm notificações. 

O chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, alertou que existe a circulação do vírus na região e que a Regional segue fazendo um intenso trabalho de orientação e prevenção junto aos municípios da região. 

“Estamos a todo o momento acompanhando a região fazendo este trabalho para que todos permaneçam atentos. A dengue não passou. É uma questão de clima ideal para a explosão de casos. E isso corre o risco de acontecer quando as chuvas chegarem se a população não fizer a sua parte”, alertou, ao ressaltar a importância da remoção e eliminação de recipientes que sirvam de criadouros para o Aedes aegypti. “Sem remoção manual não há controle”, frisou.

De acordo com a Saúde, em geral, 90% dos criadouros do mosquito transmissor da dengue são encontrados em domicílio. Siqueira falou que a Regional está atenta ao resultado de levantamento de índice de larvas, que está sendo realizado nos municípios. “Como estamos em um período prolongado de estiagem, é provável que os municípios apresentem baixos índices, mas onde houver índice alto mesmo com a seca aí teremos que dar atenção especial”, observou.

Em Campo Mourão, conforme Levantamento Rápido de Índice (LIRA), divulgado no início deste mês, o índice de infestação do Aedes aegypti está em 0,19%. O preconizado pelo Ministério da Saúde é até 1%. Apenas nos jardins Modelo, Flórida e Araucária (Botânico) foram encontrados focos do mosquito. Os três imóveis onde foram encontrados focos são residências. O lixo nos quintais e piscinas (tambores e lonas) continua sendo os maiores hospedeiros de focos (34%), seguidos de árvores ocas e minas (32%).  

Das 43 localidades averiguadas, em 40 o índice de infestação foi zero. Foram pesquisados 1.615 imóveis e em apenas três foram encontradas larvas. “Podemos considerar esse resultado excelente. É o melhor índice desde 2013. Mas para manter esse quadro favorável é preciso lembrar que cada um é responsável por seu imóvel e continuarmos atentos com recipientes que podem acumular água, especialmente nesse período de temperaturas altas”, comentou o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, Carlos Bezerra.