Morre o empresário Luciano Andrade Aires, o ‘Ceará’

Lutando contra um câncer de pâncreas há três anos, o empresário Luciano Andrade Aires, 79, perdeu a guerra nesta terça-feira (21) às 15 horas. Ex-proprietário da Retifort, retífica de motores localizada na Perimetral Tancredo Neves, participou ativamente do Rotary Clube de Campo Mourão. Também foi um antigo membro do movimento da Boca Maldita de Campo Mourão, principalmente nos anos 80 e 90.

Homem de papo afiado nas rodas de amigos, deixou o Ceará nos anos 60. Passou pelo Rio de Janeiro, São Paulo até encontrar no interior do Paraná a cidade escolhida para viver. Foi aqui quando, no início da década de 70, conheceu a primeira esposa, Dirce Daleffe – morta em 2016. Juntos tiveram três filhos.

“Ceará”, como era chamado pelos companheiros, tinha espírito leve. Relevava problemas cotidianos e via soluções práticas aos dilemas da vida. Tinha resposta pronta a tudo. Devorador de livros, era rápido no pensamento. Possível motivo para que os amigos sempre pedissem sua presença nas mesas de bar.

Luciano não concretizou seu último desejo. No início do próximo ano queria comemorar os 80 com a família em Fortaleza, sua terra natal. Mas o tempo não permitiu. Há duas semanas, ao receber o diagnóstico do médico em Curitiba, brincou: “É, o dia do juízo final chegou”. “Ceará” sempre foi sarcástico com a vida. Mas naquele dia, a coisa foi séria demais. Ficou baqueado.

A quem se lembra, também foi um dos maiores colecionadores de carros antigos da cidade. Um deles usava para levar noivas à igreja. E foram bem mais que 60 casamentos. “Eu as levava porque era uma diversão pra mim. Minha única exigência era que me convidassem pra festa”, disse ele numa entrevista há 12 anos. Utilizava um quepe e colocava água e cerveja aos noivos.

Depois de perder a primeira esposa, Luciano encontrou a companheira atual, Naide. Os dois viviam sozinhos em Campo Mourão. Até o seu último respiro, ela esteve ao seu lado. O velório acontecerá na Capela Prever amanhã, pela manhã. Depois o corpo segue até Maringá, onde será cremado conforme a vontade dele.