“Nosso trabalho foi reconhecido”, diz Elvira, vereadora mais votada em Campo Mourão
Repetindo o bom resultado das Eleições Municipais de 2016, Elvira Maria Schen (Cidadania) foi novamente a vereadora mais votada em Campo Mourão no pleito desse domingo (15). Em 2016 ela liderou a votação na cidade, recebendo 2.139 votos de confiança do eleitor. E nas Eleições de 2020, conseguiu repetir o feito: obteve 1.777 votos (3,72% dos votos válidos), deixando os outros 12 parlamentares eleitos para trás. Elvira exercerá o terceiro mandato de vereadora.
A TRIBUNA entrevistou a vereadora na manhã desta segunda-feira (16). Ela se disse surpresa com o resultado em vista o momento político conturbado pelo qual passa o país e em que a sociedade cobra por renovação política.
Elvira atribuiu o bom resultado aos trabalhos desenvolvidos pela causa animal. “O resultado realmente nos surpreendeu e ao mesmo tempo nos deixou muito felizes porque é o reconhecimento de um trabalho feito com tanto carinho e amor. Isso nos dá certeza que estamos no caminho certo”, falou.
A vereadora falou de alguns dos projetos para o próximo mandato. Disse que vai ‘cobrar’ mais o prefeito reeleito Tauillo Tezelli (Cidadania) para que projetos adiados nos primeiros quatro anos desta gestão, por conta da falta de recursos, sejam concretizados nos próximos anos.
“Seguramos muitos projetos e deixamos de apresentar porque sabíamos a situação financeira do município. Mas já tínhamos conversado com o prefeito e cobrado de que agora nestes próximos quatro anos iríamos apresentar todos. E vamos cobrar bastante também”, ressaltou. Leia abaixo a entrevista na íntegra.
Tribuna do interior – Você esperava uma votação expressiva como esta diante da atual realidade política em que o clamor da maioria da população é pela renovação?
Elvira Schen – Sinceramente não. A gente sempre quer e deseja mais votos, mas não imaginava tudo isso não. Ainda mais que saberíamos que haveria uma abstenção grande com muita gente deixando de votar por conta da pandemia e toda a situação da sociedade clamando por renovação política. Tínhamos muito receio sobre tudo isso. O resultado realmente nos surpreendeu e ao mesmo tempo nos deixou muito felizes porque é o reconhecimento de um trabalho feito com tanto carinho e amor. Isso nos dá certeza que estamos no caminho certo.
A reeleição aumenta a responsabilidade no parlamento ainda mais sendo a vereadora mais votada?
Sim. Com certeza aumenta. Temos agora até o fim do ano para continuarmos o que já estávamos desenvolvendo e fazer novos planos e projetos. A gente conversou muito este tempo todo com o Tauillo sobre o que viria pela frente. Seguramos muitos projetos e deixamos de apresentar porque sabíamos a situação financeira do município. Mas já tínhamos conversado com ele e cobrado de que agora, nestes próximos quatro anos, nós apresentaríamos todos. E vamos cobrar bastante também.
Quais são os projetos que serão cobrados?
A construção do canil que estamos fazendo com recursos próprios da Associação e doações da população. Precisamos dar uma acelerada nisso. Sei que ele [o Tauillo] está correndo comigo desde o ano passado atrás de dinheiro do Estado para esta construção. O Marcio Nunes também tem colaborado muito com a gente nesta questão. Acredito também que vamos ter que dobrar a quantidade de castrações além do que é feito hoje e ir atrás de uma verba para fazer entrar em funcionamento o castramóvel nos bairros. Vamos buscar também mais atendimentos para a população carente, com atendimentos básicos aos animais Para isso precisamos de convênios com clínicas e hospitais veterinários para fazer funcionar realmente um tratamento gratuito para animais da população de baixa renda e mais em conta para aqueles que nos ajudam adotando.
Ou seja, será um terceiro mandato de bastante trabalho?
Sim será de muito trabalho. A gente já faz muito sempre com poucas condições. Está aí o resultado da eleição que mostra que realmente a gente fez bastante e estamos no caminho certo. Mas sabemos que precisa mais porque vamos ter que passar por um período muito grande de contenção de nascimentos. Vai ser algo insustentável se a gente não tomar providências urgentes. Precisamos de um programa de castração muito grande por cinco ou sete anos para começar a colher os resultados.
Vários municípios têm leis que proíbem a soltura de fogos. Porque em Campo Mourão ainda não foi implantado nada neste sentido?
Até já propusemos algo. Passou pelas comissões da Câmara. Mas queremos fazer uma coisa que funcione. Aqui, por exemplo, para proibir a soltura temos que proibir a venda de fogos. Proibindo a venda em Campo Mourão as pessoas podem comprar nas cidades vizinhas. É impossível você conseguir fiscalizar tudo. O que estamos fazendo neste sentido e sensibilizar as pessoas para isso. Que não é só a questão animal. Prejudica os humanos também como pessoas idosas, doentes e autistas. É preciso fazer uma lei que possa ser cumprida. Mas para isso precisa de algo maior. Estamos atrás de deputados para que façam uma lei federal sobre isso para que possamos adequar ao município. É como a lei dos maus tratos aprovada recentemente pelo presidente Bolsonaro.
Algumas pessoas te criticam. Dizem que você protege os animais e acaba esquecendo o ser humano. Falam em inversão de valores. Como você vê este estigma?
A maior prova de que não é assim é a minha votação. Acredito nisso. Nossa votação foi super expressiva. Já foi da vez passada. Eu acho que é um pouco de ignorância de algumas pessoas pensarem desta forma. Elas não compreendem que esta questão animal envolve saúde pública, segurança pública e educação. É uma questão cultural e mexe com a sociedade como um todo. Este problema interfere na vida de todos.
Como você analisa a renovação de 70% na Câmara Municipal?
Eu acredito que é normal. Estamos vivendo um período em que todo mundo está cobrando muito dos políticos e querendo renovação até no modo da eleição. Mas acredito que permaneci realmente por causa do reconhecimento de um trabalho que estamos fazendo. Estou muito, muito, mas muito feliz mesmo.
