Número de casos de dengue na região é 115 vezes maior em relação ao mesmo período de 2023

A região de Campo Mourão registrou no atual período epidemiológico, com início em agosto de 2023, 5.539 casos de dengue, conforme dados atualizados pela Secretaria Estadual da Saúde do Paraná nesta terça-feira (12). O número é 115 vezes maior se comparado ao mesmo período de 2023, quando até março eram apenas 48 confirmações em toda a Comcam. Até o momento, apesar da disparidade de casos, conforme dados oficiais, não há óbitos pela doença na regional.

Os números de notificações também decolaram se comparados ao mesmo período do ano passado, saltando de 1.373 para 13.010 agora. Atualmente a Comcam acumula ainda 10.368 casos prováveis de dengue. Vale ressaltar que os dados equivalem ao mesmo período epidemiológico – agosto de 2022 a março de 2023 e agosto de 2023 a março de 2024.

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Atualmente, Campo Mourão ‘passou na frente das demais’ cidades em quantidade de confirmações: 1.207, em seguida Peabiru (1.039), Juranda (632), Roncador (573) e Araruna (465). Em relação à semana anterior, foram computados 1.270 novos casos de pessoas infectadas com o vírus.

Conforme a Sesa, os casos por cidade são: Altamira do Paraná (1), Araruna (465), Barbosa Ferraz (30), Boa Esperança (20), Campina da Lagoa (15), Campo Mourão (1.207), Corumbataí do Sul (1), Engenheiro Beltrão (51), Farol (24), Fênix (8), Goioerê (173), Iretama (331), Janiópolis (63), Juranda (632), Luiziana (198), Mamborê (36), Moreira Sales (89), Nova Cantu (5), Peabiru (1.039), Quarto Centenário (188), Quinta do Sol (337), Rancho Alegre D’ Oeste (3), Roncador (573), Terra Boa (8), e Ubiratã (42).

O avanço da doença tem colocado vários municípios da Comcam em situação de epidemia, levando à situação de emergência para a implantação de ações mais rápidas em casos necessários. Para tentar buscar o controle da situação, as cidades vêm implementando ações intensas de combate ao Aedes aegypti, mosquito vetor do vírus. Campo Mourão, por exemplo, está desenvolvendo a campanha “Campo Mourão Contra a Dengue”. Trata-se de uma ação desencadeada em conjunto com a campanha estadual “Semana D” (de 11 a 16 de março), que tem recebido apoio da comunidade.

A rede municipal de Educação, por exemplo, envolveu os alunos no recolhimento de resíduos no entorno da instituição, a Assistência Social alguns grupos de trabalho, além das secretarias de Saúde, Meio Ambiente e Bem Estar Animal, Seimob, Fiscalização, Assuntos da Comunidade e entidades da cidade, como a Associação de Moradores do Jardim Cidade Alta 2. A campanha tem o apoio dos órgãos de imprensa da cidade, que intensificaram a divulgação.

A iniciativa tem à frente a primeira-dama Hosana Tezelli, que participou do evento estadual com diversos representantes e gestões municipais para promover a conscientização acerca da doença, que se tornou epidemia. As ações desenvolvidas são registradas com fotos e outras informações, que vão subsidiar o relatório que a Defesa Civil do município fará para ser encaminhado ao governo do Estado.

Sabemos que o trabalho de combate a dengue por parte do poder público é permanente, mas infelizmente temos pouca colaboração da população e o resultado é o que estamos vendo no aumento expressivo no número de casos que tem causado colapso no atendimento da Saúde. Nosso trabalho nesta semana é tentar fazer com que a população ajude a limpar os espaços onde mora, porque a doença afeta a todos”, disse a primeira-dama.

Paraná

O Paraná atingiu nesta semana o maior número de novos casos de dengue: 17.044, totalizando agora 90.972 confirmações da doença. Os dados divulgados pela Sesa trazem também 12 novos óbitos, ocorridos entre os dias 7 de janeiro e 27 de fevereiro. O estado acumula 222.590 notificações, 55.247 casos em investigação e 70.251 descartados. Dos 399 municípios do Paraná, 333 apresentaram casos autóctones, quando a doença é contraída localmente, e 397 tiveram notificações.

O boletim confirmou, ainda, nove novos casos de chikungunya, somando 88 confirmações da doença. Do total de casos, 55 são autóctones. Há, ainda, 294 casos em investigação e 794 notificações. Desde o início deste período não houve confirmação de casos de zika vírus. Foram registradas 79 notificações.

O que devemos fazer

A dengue só acontece se houver a presença do mosquito Aedes aegypti. Essa é, praticamente, a única forma de transmissão da doença que causa repercussão na população. Para evitar, então, não há muito segredo: é preciso acabar com os criadouros do mosquito. E o combate depende de toda a comunidade, seja a sociedade em geral, governo e profissionais de saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 75% dos criadouros do mosquito transmissor estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros). Esses criadouros permitem a proliferação da fêmea do mosquito Aedes aegypti (transmissora da dengue).

A dengue pode matar pessoas absolutamente saudáveis e de qualquer idade. Por isso, ao apresentar os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, visto que a infecção pode evoluir rápido e o óbito pode vir no terceiro ou quarto dia. A doença é completamente tratável, com baixo índice de óbito se o paciente procurar atendimento precocemente.

Sintomas

Os sintomas da dengue são: febre, cefaleia, fraqueza muscular (adinamia), mialgias (dor muscular), dor nas articulações (artralgia) e a dor retro-orbitária. A doença é dividida em três fases clínicas (febril, crítica e de recuperação): a fase febril ocorre nos primeiros três dias do início dos sintomas; a fase crítica ocorre após o terceiro dia, sendo a da diminuição da febre, podendo surgir os sinais de alarme (dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento de mucosa); e a fase de recuperação ocorre aproximadamente no sexto dia evoluindo com progressiva melhora clínica.

Dicas de prevenção

  • Não deixar água parada, eliminando os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve, evitando desta forma a procriação;
  • Não acumular água em pratos de vasos de plantas. Colocar areia fina até a borda do pratinho;
  • Não juntar vasilhas e utensílios que possam acumular água (tampinha de garrafa, casca de ovo, latinha, embalagem plástica e de vidro, copo descartável) e guardar garrafas vazias de cabeça para baixo;
  • Entregar pneus velhos ao serviço de limpeza urbana. Caso precise mantê-los, guarde em local coberto;
  • Deixar a tampa do vaso sanitário sempre fechada;
  • Limpar frequentemente as calhas e a laje das casas;
  • Manter a água da piscina sempre tratada com cloro e limpar uma vez por semana;
  • Preservar o quintal limpo, recolhendo o lixo e detritos em volta das casas;
  • Não jogar lixo em terrenos baldios, construções e praças;
  • Permitir sempre o acesso do agente de combate a endemias em sua residência ou estabelecimento comercial.