Oficial do 11º BPM conscientiza jovens de abrigo sobre o perigo das drogas

São alarmantes os índices do envolvimento de jovens com o tráfico e uso de drogas em Campo Mourão. Isso tem sido a causa de praticamente todos os homicídios ocorridos na cidade. A situação tem preocupado autoridades e especialmente quem trabalha com jovens em situação de vulnerabilidade social, como é o caso do Abrigo Provisório A Mão Cooperadora.

Para conscientizar os jovens do Abrigo sobre o perigo das drogas e o envolvimento nesse meio, o subtenente J. Silva, do grupo Rotam do 11º BPM, ministrou uma palestra na quinta-feira (30). A reunião foi realizada na igreja ao lado do abrigo, onde o oficial militar repassou várias informações, respondeu questionamentos e também ouviu experiências dos rapazes que participaram.

“Os traficantes usam adolescentes aproveitando que muitos acham que não são punidos se forem pegos. E isso é um grande engano. Esclareci sobre as penalidades e principalmente o sofrimento que isso acarreta às famílias dos envolvidos”, disse J. Silva, que há 28 anos trabalha na PM e na Rotam tem atuado no combate ao tráfico na cidade.

Ele também mostrou fotos de jovens assassinados. “Mostramos pessoas que entraram para o crime e o crime não deixou sair. Pagaram com a própria vida”, disse o policial, ao acrescentar que a conversa foi muito proveitosa, com bastante participação dos jovens. “Alguns deles conheciam algumas vítimas do tráfico na cidade”, disse J. Silva, que repassou orientações sobre várias questões, inclusive quanto a dificuldade de  ingressar no mercado de trabalho. 

O educador do Abrigo, Ricardo de Meneses, que cresceu dentro da entidade, disse a ideia de convidar J. Silva para a palestra surgiu a partir de uma recente entrevista publicada pela TRIBUNA. “Foi tão proveitosa essa iniciativa que pretendemos envolver outras entidades, como a CTR, para uma próxima oportunidade”, disse Ricardo.

Ele lembra que o Abrigo acolhe jovens do sexo masculino entre 12 e 17 anos, a maioria por problemas de relacionamento com a família. “Talvez o mundo do crime oferece um caminho aparentemente mais fácil e por isso queremos prevenir. A droga não é esse mundo de ostentação que alguns deles podem pensar. E o mais interessante que essa palestra despertou até interesse em alguns de ingressar na carreira militar”, comenta o educador.

A ideia de envolver outras instituições foi bem recebida por J. Silva. “Da minha parte estou à disposição”, disse o policial que é uma das referências do grupo Rotam e já recebeu até homenagem da Câmara de Vereadores. Ele lembra que pelo porte de Campo Mourão o índice de criminalidade é alto e trabalhar a prevenção é muito importante. 

O Abrigo A Mão Cooperadora, ligada à Igreja de Deus no Brasil, foi fundado em 1993. O trabalho consiste em acolher adolescentes em situação de risco social, levados pelo Conselho Tutelar ou encaminhados pela Justiça. O tempo limite para ficar no abrigo é de três meses, mas muitos ficam até anos. No local eles recebem apoio espiritual e assistência social.