Pesquisa acadêmica sobre Araucária será apresentada à Câmara de Vereadores de Campo Mourão

Uma pesquisa realizada por 5 alunos do 3º ano do curso de Geografia da Unespar (Universidade Estadual do Paraná), campus de Campo Mourão, será apresentada à Câmara Municipal de Vereadores do município. Os estudantes identificaram que, em 11 anos, houve a redução de 14% de espécimes da Araucaria angustifólia, popularmente conhecida como pinheiro-do-paraná, árvore símbolo do estado, na região central da cidade.

A primeira parte do estudo começou em 2012, como forma de cumprir horas de extensão, sob orientação do professor Mauro Parolin. Nesse ano, alunos do mesmo curso fizeram um levantamento no centro de Campo Mourão. A intenção foi identificar quantas Araucárias havia naquele período na área delimitada.

Este ano, o professor propôs que os novos veteranos fizessem um comparativo em relação ao levantamento anterior, para verificar se houve uma diminuição, ou não, do número de Araucárias. Eles constataram que houve uma redução de 11 árvores – dos 76 indivíduos mapeados em 2012, foram identificadas 65 na nova investigação. Os estudantes também fizeram o levantamento da fitossanidade de 20% dos espécimes que restaram, para verificar a saúde deles.

De acordo com Lucélia Szymonek, uma das acadêmicas envolvida na pesquisa, espera-se que a sociedade reconheça a importância da Araucária e contribua para a preservação dela. “Por ser uma árvore símbolo do estado, ela não está sendo preservada”, ressalta, preocupada. Os demais alunos participantes do projeto são Pedro Henrique Milani Gonçalves, Sidnei Manoel da Silva, Tainara da Silva Camargo e Uelerson Ricardo da Costa Araújo.

Lucélia destaca que o intuito foi apenas mapear a área e fazer o comparativo com o estudo desenvolvido anteriormente. Por isso, os pesquisadores não buscaram os motivos ou as possíveis responsabilizações das pessoas que teriam extraído as árvores.

A proposta de apresentar os resultados à Câmara é levar o fato a conhecimento do poder público. Com isso, espera-se a realização de políticas de preservação dos espécimes remanescentes de Araucária e o incentivo do plantio em áreas públicas.

Assim, os pesquisadores pleiteiam providências para a preservação da árvore nativa, como incentivo ao plantio em praças, parques, áreas de proteção ambiental e reservas legais, incentivo fiscal, entre outras. “Quem sabe, redução de imposto, alguma vantagem para a pessoa não cortar o indivíduo”, sugere Parolin, ao ressaltar que muitas pessoas que têm um espécime em sua propriedade comentam da sujeira e, até mesmo, do medo de que a árvore seja derrubada com vento.

Área de abrangência

O levantamento, tanto de 2012 quando deste ano, foi realizado na região central de Campo Mourão. O mapeamento partiu da Avenida Cruzeiro do Oeste até a Rua Eulália Carneiro e entre a Perimetral Tancredo Neves e a Avenida Afonso Botelho. Veja o mapa da área analisada abaixo.

Mapeamento de Araucárias na região central de Campo Mourão