Preços de alimentos disparam e arroz pode faltar até fim do ano

Quem costuma ir ao supermercado está assustado com o aumento de preços da maior parte dos produtos alimentícios. Há itens, como o arroz, que dobraram de preço em poucos dias, assim como o óleo de soja. “Estamos pagando mais de R$ 100,00 na caixa de óleo de soja com frascos de 900 ml. O preço de custo já passa de R$ 5,00 por frasco”, revela o sócio-proprietário do Paraná Supermercados, Álvaro Machado da Luz.

Ele explica que a alta é reflexo dos preços das commodities, que aumentaram muito, como é o caso da soja, comercializada hoje a R$ 117,00. A situação mais preocupante, porém, é a do arroz. “Se o Brasil não importar arroz, corremos o sério risco de não ter para vender no fim do ano”, prevê o empresário. Nas lojas do Paraná Supermercados, o produto já está sendo racionado a no máximo quatro pacotes por cliente.

“Os produtores brasileiros exportaram muito arroz e o mercado interno ficou desabastecido. Estamos passando uma situação muito crítica, porque a colheita da produção começa a partir de janeiro”, afirma Álvaro, ao informar que a tendência até o fim do ano é que os preços continuem subindo. “O arroz logo vai passar de R$ 30,00 o pacote de 5 quilos”, prevê. Nesta quarta-feira (02), a maioria das marcas está acima de R$ 20,00.

Enquanto fazia compras, o servidor público Juvenil Alves manifestou sua preocupação. “Não tivemos aumento de salário e o que vamos comprar subiu de forma assustadora. Onde é que vamos parar? E a Sanepar ainda queria aumentar a tarifa de água”, observou. O aposentado Aparecido Gomes estava indignado. “Desse jeito quem ganha salário mínimo vai passar fome. Ainda mais quem tem que gastar com remédio como eu”, analisou.

O preço da soja em alta, assim como o milho (na faixa de R$ 50,00 a saca de 60 quilos), também reflete no aumento dos derivados, que afeta toda cadeia produtiva. “O preço da carne também subiu porque a base do alimento dos animais é o milho e o farelo de soja. O preço de custo da carne bovina está quase 20 reais o quilo. A gente fazia promoção de carne suína a R$ 8,00. Hoje não conseguimos comprar por menos de 12,00”, acrescenta Álvaro.

Ele argumenta que os supermercados são apenas repassadores de preços. “Temos que comprar para vender. E quando sobe, o consumidor tem a tendência de comprar para estocar, o que acelera ainda mais o desabastecimento”, completa.