Prefeito por 3 mandatos, Augustinho Vecchi faz 87 anos e convoca população a vacinar

O ex- prefeito de Campo Mourão Augustinho Vecchi (MDB) completa nesta quarta-feira (31), 87 anos de vida. Prefeito da cidade por três mandatos, abraçou a causa pública para promover o desenvolvimento do município e deixou sua marca por seus feitos como gestor. Nesta data ele tem um único pedido: que a população se vacine contra o coronavírus (Covid-19). “Peço encarecidamente que se vacinem. Acredito que só assim vamos vencer este vírus”, conclamou. Ele já tomou as duas doses da CoronaVac. Por tanto, está imunizado. 

Vechi chegou à cidade em 1955. Veio de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul. Montou uma serraria no município vindo a se envolver mais tarde com o meio político. Nestas mais de oito décadas de vida, ele disse jamais ter imaginado que presenciaria uma situação tão desastrosa como a da pandemia.  “Acho que no mundo inteiro ninguém esperava isso. É uma catástrofe mundial. Uma tristeza muito grande”, lamentou, ao destacar os esforços do atual prefeito na luta contra a Covid. “A gente vê que está se esforçando”, resumiu. 

O ex-prefeito disse esperar o fim da pandemia o mais breve possível. “Com todo respeito que tenho por minha religião tenho rezado constantemente para que o povo não sofra tanto por causa disso. A luta é grande e só com a vacina para vencer”, ressaltou. 

Orgulho

Augustinho Vecchi, disse que se orgulha por ter sido prefeito de Campo Mourão por três vezes.  “Me sinto até certo ponto vaidoso com nossas ações”, falou, ao reconhecer o avanço da cidade. “Todos os prefeitos que já passaram deram sua contribuição”, afirmou. 

Vecchi iniciou sua trajetória política em 1964, quando foi eleito vereador do município, sendo escolhido para a presidência da Câmara. Neste mesmo ano, disputou também a prefeitura de Peabiru (na época a prática era permitida pela Justiça Eleitoral), mas perdeu por uma quantidade pequena de votos para Eleutério Galdino de Andrade. 

Em 1968 assumiu pela primeira vez a prefeitura da cidade, quando o então prefeito Milton Luiz Pereira foi indicado a juiz federal, seu mandato encerrou no ano seguinte. Vechi se reelegeu para o segundo mandato em 1977/83. Seis anos mais tarde voltou a disputar a eleição municipal, sendo eleito para a gestão 1989/92.

Segundo registros históricos fornecidos pelo historiador do município, Jair Elias dos Santos Junior, Vecchi está entre os ex-prefeitos que mais investiu na implantação da estrutura da cidade. Foi nos seus mandatos que foram erguidos, por exemplo, o Teatro Municipal, a Casa da Cultura, o calçadão da rua Brasil e da Avenida Capitão Índio Bandeira, o Kartódromo Municipal e o Parque de Exposições Getúlio Ferrari, entre outras importantes obras de infraestrutura. Também foi no seu mando que foi criada a Festa Nacional do Carneiro no Buraco, hoje referência nacional.

De acordo com registros históricos, Augustinho Vecchi atingiu o auge de sua liderança política na década de 1970, quando conquistou o segundo mandato de prefeito eleito pelo voto popular. Sua liderança manteve-se durante a década de 1980, quando conquistou o terceiro mandato de prefeito e o segundo através das urnas. 

O ex-prefeito é uma figura política polêmica. Em 1964, quando ainda era vereador, protestou na Câmara de Vereadores quanto ao mau funcionamento da telefonia da cidade. Seus pronunciamentos eram polêmicos, sempre voltados para assuntos de interesse coletivo. Nas eleições de 1965 apoiou a candidatura de Bento Munhoz da Rocha Neto para o governo do Estado, enquanto que seu grupo apoiava a candidatura de Paulo Pimentel. No segundo mandato manteve uma relação amistosa com o governador Jaime Canet Júnior, cuja amizade perdura até hoje.

Com o sucessor de Canet, Ney Braga, Augustinho manteve uma relação fria e distante. Com Canet ajudou a fundar o PP (Partido Progressista), que depois se fundiu ao PMDB. Desde então, isso no final dos anos 70, manteve-se filiado ao PMDB até hoje, cultivando também uma fiel amizade com o ex-governador Roberto Requião.