Prefeito Tauillo decide por intervenção administrativa na Santa Casa de Campo Mourão

Após uma reunião na manhã desta sexta-feira (9), na sede da Comcam, em que recebeu o apoio de prefeitos e secretários de Saúde da Comcam, o prefeito de Campo Mourão, Tauillo Tezelli, anunciou agora à tarde a decisão de intervenção administrativa no Hospital Santa Casa. O anúncio foi feito em encontro na Casa do Empreendedor, com vereadores, lideranças políticas, chefia da 11ª Regional de Saúde, presidente do Cis-Comcam, deputado Douglas Frabrício,  secretários municipais, e sociedade em geral. A medida será adotada, em um primeiro momento, por um período de 12 meses (1 ano). O ex-secretário da Saúde do município, Sérgio Henrique dos Santos, atualmente coordenador geral da prefeitura, é quem presidirá a comissão técnica interventiva.

Campo Mourão é gestor pleno da Saúde, responsável por administrar os recursos humanos, financeiros, logísticos e sanitários do hospital, tendo desta forma poder legal de decretar a intervenção. A medida já havia sido sinalizada na manhã dessa quinta-feira (8) durante outra reunião entre Tezelli, o presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Cis-Comcam), Rafael Brito do Prado, prefeito de Moreira Sales, a presidente do Conselho Regional dos Secretários Municipais de Saúde (Cresems), Sara Caroline Beltrame Perez, secretária de Saúde de Mamborê, secretários de saúde e prefeitos da região.

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“A decisão da falta de desassistência à população não dá para aceitar mais. Imagine a dor do pai e da mãe vendo seu filho sendo transferido para outros hospitais”, falou ao se referir ao fechamento da UTI Neonatal, hoje de manhã.

Bebês que estavam internados foram remanejados pelo helicóptero do Samu a outros hospitais de referência. “Por isso [pela desassistência à população] a decisão de Campo Mourão é pela intervenção administrativa do hospital nomeando pessoas que vão daqui para frente conduzir a unidade com o apoio do Governo do Estado, dos deputados Márcio Nunes e Douglas, que já existia”, anunciou.

A crise na Santa Casa vai além de financeira. O hospital está à beira de um colapso após a interdição ética pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR). Durante fiscalização, no fim de janeiro, o órgão constatou irregularidades na manutenção de escalas de plantão que “inviabilizam o exercício da medicina, em particular nos serviços de Urgência e Emergência, Ginecologia, e Obstetrícia e Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica”.

Foi estipulado à entidade o prazo de 15 dias para sanar a situação. Caso contrário os médicos não poderiam exercer a atividade no hospital. Já no dia 5 deste mês, em mais um capítulo da situação crítica, o diretor técnico da unidade, Deorque Frederico Rocha Nogueira, enviou ofício ao CRM, pedindo a suspensão temporária dos serviços.

Para o presidente do Cis-Comcam, Rafael Brito do Prado, prefeito de Moreira Sales, a intervenção da Santa Casa é a única saída para evitar que a população continue desassistida nos atendimentos em saúde. “Precisamos focar no restabelecimento dos serviços. Não podemos estar aqui e nossos pacientes sendo transferidos para outros hospitais ou sendo mandados de volta para casa”, afirmou.

Intervenção
O processo consiste na intervenção administrativa por parte do município, que pode requisitar a gestão do hospital caso seja identificado que a administração não esteja sendo capaz de gerir adequadamente os recursos e manter a qualidade do atendimento. No processo, a diretoria eleita é destituída. O prefeito nomeia uma comissão técnica que dará andamento aos trabalhos interventivos.