Quais frutas os cães podem consumir? Confira orientações de médica veterinária
Ainda é comum muitas pessoas terem dúvidas sobre que tipo de alimentos, sobretudo frutas, é possível oferecer aos cães sem prejuízo para a saúde deles. Fato é que, independentemente de qualquer alimento, é sempre recomendado fornecer ao seu bichinho com moderação, considerando diversos fatores, como porte, peso, raça, entre outros. Mas, afinal, quais frutas não causam danos ao ‘melhor amigo do homem’? A médica veterinária Melissa Ferreira da Silva Dias, de Campo Mourão, ajuda a sanar essa e outras dúvidas.
Indo direto ao ponto, as frutas mais comuns permitidas aos cachorros, segundo a profissional, são: pera, banana, mirtilo, damasco, pêssego, morango, melancia, melão, mamão, manga, laranja, mexerica, kiwi, caqui e maçã. No entanto, é preciso os tutores terem cautela; apesar de determinadas frutas não fazerem mal aos pets, algumas contém substâncias tóxicas, como é o caso da maçã, que deve ter o miolo removido, pois as sementes têm cianeto, podendo interromper o transporte de oxigênio para as células sanguíneas, causando intoxicação no animal.
Assim, para qualquer fruta, o parâmetro do que deve ou não ser mantido para dar ao pet é o que os seres humanos aproveitam da fruta ou não. “Vale a dica: as partes que você não consome das frutas permitidas para os animais, eles também não devem consumir”, alerta. Assim, casca de laranja, caroço de manga e semente de melancia, por exemplo, devem ser retirados. Conforme a profissional, além de essas partes das frutas conterem, em alguns casos, substâncias nocivas à saúde dos bichinhos, podem gerar riscos de engasgos e obstruções gástricas.
Melissa também aproveita para desmentir um mito comum em relação à proibição de frutas cítricas. “Na verdade, as frutas cítricas o são para os humanos, e não para os cães, que têm um pH mais ácido que o do ser humano. Ou seja, nem ela é excessivamente ácida para o cão, muito menos um alimento proibido”, explica.
Alimentação equilibrada
As frutas são compostas por vitaminas, minerais, carboidratos e fibras, o que faz bem aos cães. Entretanto, é preciso cautela, dependendo da quantidade e variedade que será oferecida. Isso porque, normalmente, rações de boa qualidade (em geral, as premium e as super premium) já apresentam uma formulação que considera as necessidades diárias do animal, assim como nutrientes necessários para uma vida saudável. “Para animais que consomem ração de boa qualidade, a ingestão de frutas é mais uma questão recreativa do que necessária para a nutrição”, destaca.
Frutas proibidas
Algumas frutas são integralmente proibidas para cães, pois têm substâncias que não são adequadamente assimiladas pelo organismo deles. Uma das mais conhecidas é a uva. “Tanto a uva fresca quanto a uva-passa são tóxicas para todos os cães e, se consumidas, podem levar a quadros graves de insuficiência renal aguda e súbita”, frisa a veterinária.
Outras frutas proibidas são a cereja, por conter grandes quantidades de cianeto, que pode levar à intoxicação, e a carambola, que tem uma substância chamada de oxalato de cálcio. Ela pode levar a quadros de necrose e falência renal e hipocalemia (baixa quantidade de potássio) em cães.
Outros alimentos altamente nocivos
Apesar de não serem frutas, o alho e a cebola são comumente utilizados no dia a dia. Por isso, a veterinária alerta para os cuidados que devem ser tomados pelos tutores ao manusearem esses condimentos próximo aos animais.
Eles contêm substâncias altamente tóxicas aos cachorros. “Uma delas é o N-Propil, um dissulfato capaz de inibir algumas enzimas essenciais para o funcionamento do organismo e atacar os glóbulos vermelhos. O N-Propil transforma a hemoglobina em metaglobina”, adverte. “Os sintomas mais comuns da intoxicação, nesse caso, são vômito, urina avermelhada, diarreia, aumento do ritmo cardíaco e apatia”, complementa.
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Dieta natural
Em geral, os cães podem aproveitar uma variedade de alimentos. Além das frutas, é permitido consumirem, por exemplo, espinafre, repolho, aipo, ervilha, cenoura, abóbora, pepino, abobrinha, chuchu, berinjela, brócolis, couve-flor, vagem, batata-doce, inhame e quiabo. Porém, são necessárias algumas medidas, como oferecer os legumes após o cozimento deles.
Além disso, Melissa enfatiza que “esses alimentos não devem passar de 10% do total de comida ingerida no dia”. Independentemente de implementar uma dieta caseira ou comercial (mediante ração) aos cães, a profissional fala da importância de, sempre que possível, consultar um veterinário de confiança para analisar as necessidades de cada animal.