Região ultrapassa 3 mil casos de dengue e soma quase 9 mil notificações

Se fosse para classificar o cenário da dengue em Campo Mourão e região, conforme, autoridades da Saúde ouvidas pela TRIBUNA, seria catastrófico. Os números da doença não param de decolar. Esta semana as confirmações chegaram a 3.044 contra 2.192 da última semana, além de 8.815 notificações.

Os dados representam um crescimento de 39% de novos casos. Os números constam no boletim semanal da dengue divulgado nesta terça-feira (27), pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Constam ainda na região 6.810 prováveis casos, aguardando confirmação por exames laboratoriais.

O cenário é preocupante. Os municípios já vem há tempos sofrendo com o sobrecarregamento do Sistema de Saúde por conta do grande número de pacientes que procuram atendimento médico com sintomas da doença. Oficialmente, diz a Sesa, a Comcam ainda não tem óbito pela doença.

Na região, Peabiru é a cidade com maior número de confirmações: 852, seguido de Campo Mourão (477), Araruna (324), Juranda (315), Quinta do Sol (220) e Luiziana (180). “A dengue é um problema de todos, não só da saúde pública ou do Poder Público”, alertou a chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Cristiane Michalski Gradella, em visita ao município de Roncador. A cidade decretou situação de emergência.

Cristiane reforçou o apoio da Regional aos municípios e que as equipes técnicas da Vigilância Sanitária e Endemias estão prestando todo apoio para amenizar o cenário. Além de atividades corriqueiras como fiscalizações por agentes de endemias, e arrastões, as cidades estão fazendo a utilização do fumacê para o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e também da zika e chikungunya. “Todos devem manter os cuidados básicos de prevenção evitando água parada, fazendo a limpeza diária em seus quintais para a eliminação de focos de larvas”, ressaltou a chefe da regional.

Números na Comcam

Os casos por cidade na região são: Araruna (324), Barbosa Ferraz (31), Boa Esperança (4), Campina da Lagoa (4), Campo Mourão (477), Engenheiro Beltrão (21), Farol (15), Fênix (4), Goioerê (86), Iretama (92), Janiópolis (32), Juranda (315), Luiziana (180), Mamborê (23), Moreira Sales (24), Nova Cantu (3), Peabiru (852), Quarto Centenário (86), Quinta do Sol (220), Rancho Alegre D’Oeste (3), Roncador (153), Terra Boa (8), e Ubiratã (27). A Comcam tem ainda dois casos confirmados de chikungunya, sendo em Mamborê (1) e Iretama (1).

Paraná

Em nível de Paraná, o boletim registrou 12.637 novos casos da doença e mais sete mortes, totalizando agora 23 óbitos no período epidemiológico, iniciado em julho de 2023. O Estado acumula 58.567 confirmações. É o maior número de casos em um boletim do atual período epidemiológico, segundo a Sesa.

Os óbitos ocorreram entre os dias 12 de janeiro e 14 de fevereiro, em seis municípios do Estado pertencentes a 1ª, 8ª, 10ª e 14ª Regionais de Saúde. Duas mortes foram em Antonina (1ª RS), um homem de 57 anos e uma mulher de 49 anos, ambos sem comorbidades; uma em Dois Vizinhos (8ª RS), um homem de 72 anos, com comorbidades; e uma em Paranavaí (14ª RS), um homem de 92 anos, também com comorbidade.

Os dados acumulados desde 30 de julho totalizam 155.500 notificações de dengue, sendo 25.393 na última semana. Há ainda, 37.436 casos em investigação. Os descartados somam 53.519. Dos 399 municípios do Estado, 352 têm casos confirmados.

O Aedes também é responsável pela transmissão da zika e chikungunya. Durante este período epidemiológico não houve confirmação de casos de zika, com 71 notificações e nenhum óbito confirmado. O boletim divulgado nesta terça confirmou ainda cinco novos casos de chikungunya. Não houve mortes em decorrência da doença. Desde o início do período sazonal foram registradas 618 notificações e 68 casos.