Seca contribui para redução de casos de dengue na região, mas Saúde mantém alerta

A estiagem prolongada que atinge a região desde o início de novembro está contribuindo para a diminuição dos casos de dengue na Comcam. É o que aponta o relatório semanal divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa-PR). O novo período epidemiológico teve início em agosto e, até o momento, apenas 7 casos da doença foram confirmados na região.

Obviamente, que além da seca que tem contribuído para o cenário, os municípios também têm feito a sua parte com mobilizações de combate ao Aedes aegypti, como arrastões, trabalhos de campo por agentes de endemias, entre outras, ações explica o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira.

Até o momento, as cidades com casos confirmados de dengue são: Barbosa Ferraz (2); Campo Mourão (1); Engenheiro Beltrão (1); Fênix (1); Roncador (1); Ubiratã (1). A região tem ainda 65 casos em investigação nos municípios de Barbosa Ferraz (21); Campo Mourão (14); Engenheiro Beltrão (2); Goioerê (6); Janiópolis (2); Mamborê (1); Peabiru(1); Quinta do Sol (6); Ubiratã (12).

Os dados apontam ainda 78 casos prováveis e um total de 456 notificações nas 25 cidades que compreendem a microrregião. “Apesar de estarmos neste momento digamos ‘confortável’ em relação à dengue, a população não pode descuidar devendo manter seus quintais limpos”, alertou Siqueira, ao lembrar a importância das ações dos municípios neste período.

Em Campo Mourão, o Levantamento Rápido de Índice para Aedes Aegypti (LIRA) realizado neste mês pela Secretaria Municipal de Saúde apontou um índice geral de 1,66%. O número representa uma queda em relação ao LIRA realizado no mês de outubro, que apontou um índice geral de 3,54%. O índice preconizado pelo Ministério da Saúde é abaixo de 1%.

Das 43 localidades analisadas, em 5 o índice ultrapassou 5%, o que é considerado alto risco. Os índices mais altos foram constatados no Jardim Cidade Nova, com 11,36% de infestação e no Jardim Pio XII (6,25%). Em 22 localidades, o LIRA constatou índice zero de infestação. De agosto de 2020 a agosto de 2021 foram registrados 38 casos de dengue no município, o que representa uma queda de 94% em relação ao ano passado.

Dos 1.568 imóveis verificados, em 26 foram encontrados focos do mosquito Aedes aegypti, a maioria em residências (50%). Os principais criadouros estão no lixo, como plásticos, vidro, metal, papelão e sucatas (44,40%). O índice de infestação é obtido a partir dos resultados das amostras analisadas em laboratório e serve de base para o trabalho de combate ao mosquito.

“Apesar da queda na infestação, o que mostra que o trabalho diário tem apresentado resultados, a população não pode descuidar”, ressaltou a coordenadora de campo do Setor de Endemias do município, Marinalva Ferreira da Luz, ao reforçar a importância de eliminar recipientes com água parada, que são os criadouros para o mosquito.

Paraná

No Paraná, são 513 casos confirmados, 21 casos a mais que o informe anterior. Até o momento 95 municípios registraram casos da doença, sendo que 71 municípios confirmaram casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência. Há ainda, 1.964 casos em investigação e 285 municípios registraram notificações de dengue, que passaram de 11.503 para 12.189. O Estado não registrou nenhum óbito neste período.

A Sesa alerta que o verão, que iniciou nessa terça-feira (21), é a estação mais propícia para a proliferação do mosquito da dengue em função da possibilidade de maior quantidade de chuvas. “O Aedes aegypti se reproduz em água parada, por isso é importante repetirmos sempre que a principal medida preventiva para a dengue é o engajamento da população para evitar acúmulo de água em qualquer local ou recipiente tanto em áreas internas ou externas nas residências”, alertou.