Segmento funerário prevê junho com recordes de sepultamentos

Desde o início da pandemia, março deste ano foi um dos períodos mais movimentados no segmento funerário de Campo Mourão, alcançando crescimento de 28% sobre o mesmo mês de 2020. De acordo com a empresa prestadora dos serviços, a Prever, os atendimentos dobraram, principalmente, em decorrência das mortes pela Covid. De acordo com ela, neste momento, a quantidade de óbitos está batendo recordes.

Os dados não chegam a ser uma novidade. Desde o início do ciclo pandêmico, a população assiste aos noticiários e, informações nas redes sociais, dia a dia, como uma espécie de obituário. Cada pessoa conhece, ao menos, uma das tantas vítimas da doença. A funerária explica que entre o final de dezembro de 2020, e janeiro deste ano, também foi verificado aumento médio de 32% nos atendimentos.

Mas, o que está ruim, ainda pode piorar. O setor acredita que o mês de junho mostra sinais de um novo período crítico. “Vemos um mal sinal de que teremos outro período triste. Portanto, torcemos para que esse momento passe logo, e que todos entendam a real situação que estamos enfrentando”, explicou a Prever.

Novos tempos também modificaram o modo de trabalho das empresas funerárias. A pandemia trouxe uma necessidade de proteção a todos, principalmente, aos agentes funerários. “Seguimos todas as exigências e determinações dos órgãos públicos. Desde o limite de acesso por sala de velório, álcool, medição de temperatura, exigência de máscaras. Até a proibição de velórios em casos de Covid”, informaram.

Como linha de frente, os agentes também correm riscos, físicos e emocionais. São eles os responsáveis por apanhar os corpos nos hospitais. “Também estamos com medo. Mas o trabalho é fundamental. Fizemos vários investimentos desde o início da pandemia. Adequação das estruturas e o aumento da frequência das limpezas e desinfecção das capelas”, informou a empresa. Segundo a Prever, a empresa investiu em equipamentos de proteção individual (EPIS), além de muito treinamento. 

“Não houve alteração de valores nos funerais, pois entendemos que a dificuldade financeira das famílias é grande. Mas é fato que, atualmente, existe falta de todos os tipos de materiais, e isso impacta nos preços de compra, que não repassamos integralmente às famílias. Considerando a delicada situação econômica do país”, informou a empresa.

Quanto custa para morrer?

Uma das poucas coisas que você não precisará pagar em vida – a não ser que tenha um plano funeral – é sua morte. Você, não. Mas sua família, sim. Hoje, em Campo Mourão, a urna funerária mais em conta custa R$ 513,35. No caso de encomendar uma coroa de flores, R$ 220,00. Não é obrigatório, mas a empresa também realiza a tanatopraxia – a conservação de cadáver, através da aplicação de produtos químicos. Pelo método são cobrados R$ 1500,00.

Para um velório de três horas – não em casos de Covid -, numa das capelas da empresa, é cobrada taxa de R$2 mil. A funerária também conta com cemitério jardim. Lá, são cobrados R$3 mil para o sepultamento, através de locação – por três anos. Mas o terreno também pode ser comprado, por R$ 7,5 mil – espaço para dois.

Outra possibilidade é sepultar no cemitério Municipal São Judas Tadeu. Lá, a família deve pagar R$ 76,00 pela concessão do terreno. Além disso, uma taxa de R$ 600,00 ao pedreiro local. É ele quem constrói as gavetas, garantindo o serviço com o lacre final. Ali também existe uma capela para velórios, sem custos. E, por fim, antes de iniciar todo o processo, a família deve ter em mãos o certificado de óbito, emitido por um cartório da cidade. Para ser retirada a primeira via, é de graça.

De acordo com informações da prefeitura de Campo Mourão, em casos de famílias sem condições de arcar com os custos de um funeral, também existem saídas. E elas são inteiramente gratuitas. Para isso, familiares devem comprovar a situação financeira através de uma declaração. Uma vez aprovada, os rituais – urna, ornamentação e local -, são arcados pelo município.