Sem chuva, plantio da soja segue prejudicado na Comcam

A falta de chuva está prejudicando o plantio da soja na Comcam. Conforme boletim do Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, só 103,5 mil hectares de 690 mil foram plantados até o momento, o equivalente a apenas 15% da área. Há mais de dois meses não chove significativamente na região de Campo Mourão. O plantio da safra iniciou com quase 30 dias de atraso. O mesmo problema ocorreu em 2019.

Da área já plantada, 62,1 mil hectares, 60%, estão em condições medianas e 41,4 mil hectares, 40%, em boas condições. 80% da cultura estão em germinação e 20% em desenvolvimento vegetativo. A área dedicada para a safra na Comcam é de 690 mil hectares, contra 683,5 mil em 2019, um aumento de 1%.

A produção estimada é de 2,6 milhões de toneladas este ano contra 2,4 milhões em 2019. Mais de 980 mil toneladas, cerca de 40% da produção regional já foi comercializada antecipadamente pelo produtor. Isso devido a valorização da oleaginosa. 

De acordo com o Deral, os preços do grão continuam aumentando na região. De R$ 132,00 a saca de 60 quilos nos últimos 30 dias passou agora para R$ 146,00. No mesmo período do ano passado, o valor variava entre R$ 75,00 a R$ 80,00.  O principal fator para a alta do preço é a valorização do dólar.

A soja é responsável por 91% da área e 82% da produção total de grãos de verão no Paraná. Dos 6 milhões de hectares previstos para esta safra, 5,5 milhões são da soja. Nesta safra, a expectativa é de manutenção na área plantada e de aumento na produção, projetada em torno de 19,8 milhões de toneladas.

O aumento de 22% na produção é devido a recuperação da produtividade, pois a área agricultável do Estado está bem definida. No ano passado, principalmente a partir do mês de outubro, a seca afetou significativamente a produção de soja no Paraná, que teve quebra de 17%, o que corresponde a 3 milhões de toneladas.

Segundo o Deral, a alta do dólar beneficia os produtores na venda do produto, apesar de ser prejudicial para a compra de insumos. A longa guerra comercial entre China e Estados Unidos, que transferiu a demanda da China para a América do Sul, é vantajosa para o produtor brasileiro.

Com os problemas climáticos, os EUA registraram redução na produção neste ano, o que também aumentou a demanda do Brasil. O plantio de soja no Paraná está liberado até 31 de dezembro.

Plantio do milho atinge 80% da área na região de Campo Mourão
 
Mesmo como clima não colaborando devido à falta de chuvas significativas, o plantio do milho 1ª safra atingiu 80% da área dedicada a cultura na região da Comcam. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura (Seab), foram semeados 5,6 mil hectares dos 7 mil reservados ao milho.

De acordo com o Deral, as condições climáticas não favoráveis estão fazendo com que o plantio seja realizado de forma mais lenta este ano. Já era para os trabalhos estarem finalizados há pelo menos cerca de duas semanas atrás.

Para a região de Campo Mourão, o Deral estima uma produção de 69,3 mil toneladas de milho, uma média de 9,4 mil a 10,4 mil quilos por hectare. Da área plantada, 1.680 hectares estão em condições ruins devido a seca, o equivalente a 30% e 3.920 hectares em condições medianas. Os dados demonstram ainda que 15 da lavoura semeada está em fase de germinação e 85% em desenvolvimento vegetativo.

Conforme o Deral, o cenário para a segunda safra de milho 2020/21, que deve iniciar o plantio em janeiro de 2021, apresenta certo grau de incerteza, já que o atraso no plantio da safra de soja consequentemente pode levar a um atraso e concentração do plantio do milho e aumento dos riscos climáticos.

Preços

No cenário mercadológico, os preços do cereal seguem firmes, atingindo novos recordes. Para se ter ideia, no mês passado fechou em média R$ 57,50 a saca de 60 quilos, já o preço atual para venda ao produtor está sendo de R$ 65,00 a saca. 

Produção no Paraná

A estimativa de área para a safra de verão 2019/20 é de 336 mil hectares, 6% menor do que na safra 18/19, com perda próxima a 20 mil hectares. Em um cenário ideal, o volume de produção deve ser semelhante à safra anterior, em torno de 3,1 milhões de toneladas, segundo o Deral.