Tempo seco contribui para controle da dengue, mas Saúde mantém alerta

A estiagem que se arrasta na região de Campo Mourão está contribuindo para o controle da dengue. O novo ciclo epidemiológico iniciou em agosto e, até o momento, conforme boletim semanal publicado pela Secretaria de Estado da Saúde, nenhum dos 25 municípios registraram confirmações da doença. O ciclo atual segue até julho de 2022.

Vale destacar que as prefeituras vêm mantendo os trabalhos de prevenção, com agentes de endemias a campo, o que também colabora para o cenário atual em relação à doença. Apesar de a região ainda não ter registrado nenhum caso no novo período sazonal, a Saúde alerta que a população não pode descuidar e que as medidas de prevenção devem ser contínuas.

“A partir de outubro a previsão é que as chuvas sejam mais regulares o que significa que teremos um cenário mais propício ao vírus. Por isso, a recomendação é que os moradores façam a limpeza de seus quintais com frequência e evitem água acumulada”, orientou o chefe da Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira.

De acordo com o boletim da dengue, os municípios já contabilizam 128 notificações de casos suspeitos. Os casos em investigação são em Barbosa Ferraz (28), Boa Esperança (1), Campo Mourão (32), Farol (2), Fênix (1), Goioerê (4), Iretama (4), Juranda (6), Mamborê (2), Peabiru (1), Quarto Centenário (1), Quinta do Sol (6), Rancho Alegre D’ Oeste (1), Terra Boa (1) e Ubiratã (37).

“O único jeito de evitar a doença é eliminar objetos que possam acumular água. Por isso é fundamental que a população limpe os ambientes internos e externos para eliminação dos focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença”, ressaltou Siqueira, ao lembrar que a dengue é uma doença grave que pode levar à morte. “Os cuidados precisam ser intensificados”, orientou.

No ciclo anterior, que encerrou em julho deste ano, a região teve uma redução de 85,4% no número de casos da doença em comparação a 2020. Foram 15.463 confirmações naquele ano contra 2.259 agora. Além do trabalho intenso dos agentes de campo nos municípios, o frio intenso deste ano e pouca chuva também contribuíram para a queda dos números.

Em Campo Mourão, a redução foi ainda maior: 96%. A cidade encerrou o ciclo 2020/21 com 38 casos confirmados de dengue, contra 1.169 no período anterior. Na Comcam, a cidade de Terra Boa foi quem registrou a maior redução de confirmações: caiu de 1.501 para apenas 6. Farol foi a única cidade a não confirmar nenhum caso do vírus.

No ciclo passado, duas pessoas morreram por dengue. Uma mulher de 84 anos, moradora do jardim Copacabana em Campo Mourão, que teve dengue hemorrágica e um homem de 78 anos, que era hipertenso e contraiu a doença, sofrendo complicações, em Roncador. Já no ciclo 2019/20, foram registradas 14 mortes na Comcam.

Existem quatro sorotipos de dengue. Independentemente do tipo de infecção, é comum o aparecimento de sintomas da doença. Os principais são febre alta (maior que 38.5ºC), dores musculares intensas e ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Quem apresentar algum desses sinais deve procurar o posto de saúde ou a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA) mais próxima de casa. “É preciso conscientização da população para que haja uma mobilização coletiva no combate ao mosquito. Em 2020, sofremos uma epidemia histórica, não podemos correr este risco novamente”, falou o chefe da Regional.

Paraná

O boletim semanal da dengue pela Secretaria de Estado da Saúde registra 193 casos confirmados. São 61 casos a mais que o informe anterior que apresentava 132 confirmações. Os dados são do 5º Informe Epidemiológico da dengue, do novo período sazonal da doença.

Há ainda, 1.432 casos em investigação e 199 municípios registraram notificações de dengue, que passaram de 3.356 para 4.087, um aumento de 21,78% em relação à semana anterior. O Estado não registrou nenhum óbito neste período.

Prevenção

Confira algumas dicas de prevenção à doença: tampar caixas d’água; manter calhas sempre limpas; deixar garrafas e recipientes com a boca para baixo; limpar semanalmente ou preencher pratos de vasos de plantas com areia; manter lixeiras bem tampadas; manter ralos limpos e com aplicação de tela; e manter lonas para materiais de construção e piscinas sempre esticadas para não acumular água.